“Eu fiquei muito em choque”. O desabafo é do autônomo Bruno Machado, de 28 anos, que viu a sua vida virar de ponta cabeça depois de ter sido vítima de difamação e ameaça na internet. Em conversa com a Alma Preta Jornalismo, Bruno conta que tudo começou na madrugada da última terça-feira (26), quando conhecidos e amigos enviaram o print do perfil de uma mulher que afirmou ter sido vítima de uma fraude após a venda de um celular. Nas redes sociais, Bruno percebeu que a sua foto tinha sido usada por um golpista.
“Um golpista estava usando minha foto em um número de Whatsapp para fraudar pessoas. Uma das vítimas decidiu expor minha imagem e pedir compartilhamento para as pessoas dizendo que roubei ela”, conta.
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Mesmo após ter entrado em contato com a mulher para tentar provar a sua inocência e dizer que a sua foto estava sendo utilizada por outra pessoa, Bruno diz que continuou sendo acusado. “Entrei em contato com a mesma pra poder tentar provar minha inocência mas ela tava persistindo que eu era ladrão”, diz Bruno, que também passou a receber ameaças de um amigo da mulher. “Ele começou a dizer que sabia onde eu morava, queria que eu devolvesse o dinheiro e o celular, sendo que eu não fiz nenhum dos dois até porque não fui eu”.
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O jovem, que trabalha como autônomo, lançou uma mobilização na internet, junto com amigos e conhecidos, para se defender. Com isso, a mulher o procurou e pediu desculpas. Ela explicou que foi vítima de um golpe depois que um rapaz a procurou para comprar um celular. Toda a transação foi feita através de aplicativo de entrega e a única informação que ela tinha do golpista era o número de telefone, a foto e o nome, que não era o de Bruno. “Sei que ela sofreu golpe, mas ela também me difamou, esse foi o erro dela”.
Apesar das desculpas, ele diz que ela não se retratou nas redes sociais e se diz preocupado com a sua segurança, já que a sua imagem viralizou sendo vinculada ao suposto golpista.
“O que me preocupa é a minha imagem, a minha reputação […] Ela pode ter apagado, mas e as pessoas que compartilharam depois dela? E as outras? Eu fico com receio demais até de andar na rua agora. Eu já não estava andando, não estava saindo, agora ainda mais que a gente sabe como as coisas estão”.
Bruno informou que já abriu um boletim de ocorrência e o caso foi registrado como ameaça e difamação na 7ª Delegacia da Polícia Civil do Rio Vermelho, em Salvador. “Só estou esperando chegar o B.O. para poder ver outras medidas que eu poderia tomar”, completa.