Uma mulher trans negra foi filmada, depois de ser agredida, por um homem branco na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. A vítima, identificada como Luara Silva, estava na rua quando foi abordada pelo agressor, que a derrubou e fugiu em seguida em um carro.
Ao menos cinco pessoas estavam no veículo e toda a agressão foi filmada pelo motorista. O grupo avista Luara quando o agressor decide descer do carro e insinua que estava interessado em um programa sexual. Nesse momento, ele dá uma rasteira na vítima e sai correndo. Dentro do carro, o grupo dá risada e comemora a agressão.
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Luara Silva é presidente do Triângulo Trans+, projeto voltado para o apoio e acolhimento de mulheres trans e travestis, e fazia uma ação solidária quando foi agredida. Em nota de repúdio, a entidade repudiou o ato transfóbico e pediu por políticas públicas efetivas para a população LGBTQIA+.
“A Triângulo Trans+, responsável por acolher e orientar grupos de vulnerabilidade LGBTQIA+ e organizadora da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Uberlândia, abomina e repudia qualquer tipo de atitude como em tal circunstância ou parecida. Seja uma ofensa ou agressão É UM ATO GRAVE DE VIOLÊNCIA, é inadequado, incoerente, inapropriado, visando inclusive e principalmente os direitos humanos garantidos desde o nascimento a qualquer ser humano”.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) também se manifestou sobre o caso e prestou solidariedade à vítima.
“O vídeo de agressão gratuita nos traz elementos para compreendermos de o porque somos o país que mais assassina pessoas trans do mundo. Imaginem se ela consegue revidar e se defende. Automaticamente ela seria instada como agressora e ela provavelmente estaria presa.
Toda nossa solidariedade a Luara Silva e que os suspeitos sejam identificados e responsabilizados com o rigor da lei”.
A vítima Luara Silva registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. Segundo a Polícia Civil, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal do município. A identidade dos agressores não foi revelada e, até o momento, ninguém foi preso.
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