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Ato ‘Fora Bolsonaro’ reúne 30 mil manifestantes em Salvador

Protesto critica escândalos de corrupção, além da situação de fome a que estão submetidas as famílias em vulnerabilidade; "O governo é muito mais perigoso do que a pandemia", diz militante

Texto: Dindara Ribeiro | Edição: Nadine Nascimento | Foto: Iago Augusto/Alma Preta

Fora Bolsonaro Salvador

2 de outubro de 2021

Cerca de 30 mil pessoas se reuniram nas ruas do centro de Salvador, neste sábado (2), para pedir “Fora Bolsonaro”, no quinto ato de mobilização nacional contra o governo. Palavras de ordem contra a fome, desemprego e escândalos de corrupção ecoaram pelos quase 2 km de ato, que saiu do Campo Grande até a Praça Castro Alves, no Centro Histórico da capital baiana.

A manifestação contou com quatro trios elétricos, onde se reuniram lideranças partidárias e de movimentos populares, sindicais e estudantis, que também pediram por vacinas e educação. Para o diretor de Cultura da União de Estudantes da Bahia (UEB), Joaquim Gabriel, a grande adesão à mobilização nacional do “Fora Bolsonaro” ilustra a gravidade da situação do Brasil.

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“Bolsonaro não pode mais tocar na educação. Ele precisa respeitar a vida, precisa respeitar a educação. Basta! A gente precisa derrubar esse governo imediatamente, porque a gente só regride desde que Bolsonaro assumiu o poder. Estar em um ato de rua significa que o governo é muito mais perigoso do que a pandemia”, afirma o militante.

O aumento nos preços de alimentos também foram um dos pontos criticados pelos protestantes. Em um dos trios, a música “Abaixa o preço do Gás”, da banda “A Travestis”, repercutiu a indignação da população com o valor do produto, que já subiu quase 30% desde o início do ano.

DSC 0169 insideFoto: Iago Augusto/Alma Preta Jornalismo

“A gente quer viver”

Representantes do movimento negro também destacaram a importância de estar presente no protesto para reivindicar as vacinas e, principalmente, pedir pelo fim da violência e morte contra jovens pretos e das periferias, como destacou a diretora estadual da Juventude Avante, Maria Heloísa.

Leia mais: Datafolha: 59% dos pretos e 73% dos LGBTQIA+ reprovam Bolsonaro

“Desde de que esse ‘ex-presidente’ assumiu o governo, a população brasileira, baiana e a juventude soteropolitana está nas ruas. […] É muito importante e emocionante ver a mobilização da juventude em todos esses atos. Hoje, estamos na rua pedindo vacina, educação e, principalmente, que parem de matar a juventude negra periférica. A gente quer viver!”

DSC 0202 insideFoto: Iago Augusto/Alma Preta Jornalismo

Segundo Iago Alves, vice-presidente nacional da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e dirigente executivo do Movimento Popular da Juventude na Bahia, é necessária uma mobilização conjunta para a construção de uma nova realidade no Brasil.

“Desde os nossos primeiros atos, temos nos organizado com o povo nas ruas e o cenário que nós encontramos é de que a população está cansada de pagar cem reais por um gás, cansada de pagar uma conta de luz cara. A gente tem se mobilizado justamente para organizar a revolta do povo, tirar esse governo genocida e fazer o Brasil caminhar na direção do sucesso”, defende Iago.

A vereadora Marta Rodrigues (PT) também pediu o impeachment de Bolsonaro diante da situação de famílias pobres que têm enfrentado filas em busca de ossos para se alimentar. “É um governo que não tem compromisso com o povo, principalmente com as pessoas mais pobres. Não dá para a gente ver a realidade das pessoas nas filas para pegar osso e pelanca para comer. A gente não pode aceitar isso com o nosso povo, o povo preto, que é a maioria no país”, diz a vereadora, que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia Makota Valdina, na Câmara de Salvador.

Leia mais: No Recife, manifestantes vão às ruas contra o governo Bolsonaro

  • Dindara Paz

    Baiana, jornalista e graduanda no bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade (UFBA). Me interesso por temáticas raciais, de gênero, justiça, comportamento e curiosidades. Curto séries documentais, livros de 'true crime' e música.

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