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90% dos países africanos não alcançarão metas mundiais de vacinação, diz OMS

África precisa de 225 milhões de doses para conseguir vacinar um décimo da população contra a Covid-19 até setembro; uma saída seria a doação de excedentes por parte dos países ricos 

Texto: Redação | Imagem: INS Moçambique 

cientistas africanos estudam vacinas

10 de junho de 2021

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90% dos países africanos vão ficar para trás na corrida pela vacinação. Em declaração dada nesta quinta-feira (10), o órgão internacional aponta que se estas nações não receberem urgentemente pelo menos 225 milhões de vacinas, vão fracassar no objetivo mundial de vacinar um décimo da população até setembro.  

“Só sete países africanos (de 54) têm a possibilidade de alcançar o objetivo”, declarou Matshidiso Moeti, diretora da OMS para a África, em coletiva de imprensa virtual.

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A África conta oficialmente com quase cinco milhões de casos de coronavírus e está sob a ameaça iminente de uma terceira onda. Segundo a OMS, as novas infecções aumentam “de uma semana para a outra”.

“A pandemia tende a aumentar em 10 países africanos, entre eles quatro que registram um aumento de mais de 30% nos últimos sete dias, em comparação com a semana anterior”, alertou a instituição em um comunicado.

Cerca de três quartos dos novos contágios foram registrados no Egito, África do Sul, Tunísia, Uganda e Zâmbia. Só 2% dos 1,3 bilhão de africanos receberam uma injeção e apenas 9,4 milhões de africanos estão totalmente vacinados. 

Vacina para todos

Ainda de acordo com a OMS, “dificuldades no abastecimento e desafios de ordem financeira atrasam o lançamento de vacinas para a África e podem conter planos de expandir a distribuição este ano.” 

Matshidiso Moeti considera injusto que a vida de pessoas em países mais ricos esteja se normalizando, enquanto a dos africanos continue em espera. Ela aguarda que a disponibilidade de vacinas melhore na segunda metade do ano e disse ser possível recuperar o tempo perdido. 

Além disso, como parte das opções para mitigar o impacto da escassez global de abastecimento, Moeti ressalta que países com excedente de doses devem reservar uma porcentagem para a Covax. Para ele, a decisão dos Estados Unidos em partilhar doses com outros países é a chave para acabar com a crise pandêmica como um todo. 

Com informações da AFP.

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