Ele contribuiu para o fim ao conflito de 20 anos do seu país com a Eritreia, no leste da África
Texto / Lucas Veloso | Edição / Pedro Borges | Imagem / AP
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Em sua 100ª edição, o Nobel da Paz premiou Abiy Ahmed Ali, o primeiro-ministro da Etiópia. Ali ganhou o Nobel da Paz 2019 por sua iniciativa decisiva para resolver o conflito de fronteira com a vizinha Eritreia, no leste da África.
Em colaboração com o presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, Abiy elaborou os princípios de um acordo para acabar com o longo impasse “sem paz, sem guerra” entre a Etiópia e a Eritreia. O tratado colocou fim a 20 anos de conflito entre os dois países.
“Muito obrigado. É um prêmio dado à África, dado à Etiópia, e posso imaginar como os outros líderes da África serão incentivados a trabalhar no processo de construção da paz em nosso continente”, pontuou. “Estou muito feliz e emocionado com a notícia. Muito obrigado, é um grande reconhecimento”.
O anúncio do 100º Prêmio Nobel da Paz foi feito na manhã desta sexta-feira (11), em Oslo, na Noruega.
“O Comitê Nobel espera que o prêmio da Paz reforce o primeiro-ministro Abiy em seu trabalho a favor da paz e da reconciliação. É um reconhecimento e também um estímulo a seus esforços. Somos conscientes de que resta muito por fazer”, destacou a presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen.
Neste ano, o comitê da premiação recebeu 301 candidaturas, sendo 223 pessoas e 78 organizações. Entre os indicados estava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o cacique Raoni, da etnia Caiapó.
Abiy Ahmed Ali
Abiy nasceu em uma família pobre, em Zona Jima, no sul da Etiópia, em 1976. Filho de pai muçulmano e mãe cristã, ingressou na política em 2010, como membro da Organização Democrática do Povo de Oromo.
Mais tarde, ele foi eleito membro do parlamento. Nessa época, ocorreram fortes disputas entre católicos e muçulmanos e ele teve a iniciativa de criar o “Fórum Religioso pela Paz”, em prol da paz
Em abril de 2018, assumiu o cargo de premiê da Etiópia, a segunda maior população da África. Entre suas ações, libertou da prisão milhares de ativistas da oposição, pediu desculpas pela brutalidade estatal e permitiu que dissidentes exilados voltassem para casa, além de assinar o acordo de paz com a Eritreia.