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Por que países africanos enfrentam dificuldades para acessar vacina contra a Covid-19?

Dos 54 países que compõem o continente, somente seis já iniciaram a imunização de suas populações; África registrou mais de 3,9 milhões de infectados pela Covid-19 e cerca de 106 mil mortes

Texto: Roberta Camargo | Edição: Nataly Simões | Imagem: Kim Ludbrook

vacina

9 de março de 2021

O início da imunização contra a Covid-19 no continente africano começou em fevereiro e apenas seis dos 54 países tiveram acesso às doses da vacina até o momento. Segundo dados do projeto Our World in Data, África do Sul, Argélia, Marrocos, Ruanda, Senegal e Zimbábue estão vacinando suas populações com doses da Johnson & Johnson e do laboratório AstraZeneca.

A Organização Mundial da Saúde alerta sobre a necessidade da chegada dos imunizantes para todos os países do continente.  Até agora, segundo a OMS, o continente africano contabilizou mais de 3,9 milhões de casos confirmados do novo coronavírus, com cerca de 106 mil mortes confirmadas. Menos de 6% de toda a população do continente foi vacinada. 

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O avanço da vacinação pode ser observado nos Estados Unidos e em países da Europa, que realizam negociações com outras potência econômicas, tendo como prioridade outras regiões do mundo em detrimento ao continente africano. Um exemplo da demora no acesso ao tratamento de epidemias graves é o vírus do HIV, causador da AIDS, que levou seis anos, depois do lançamento nos EUA, para chegar à população africana.

Em meio ao enfrentamento de uma variante mais letal e contagiosa, o número de casos diários de Covid-19 nos 54 países do continente africano está 2,4% acima da média mundial. Por enquanto, o cenário é de mais investimento da vacina e lugar preferencial na fila para os países mais ricos, que concentram 14% da população mundial.

De acordo com um estudo divulgado pela ONG The People’s Vaccine Alliance, a expectativa é de que as vacinas cheguem para a maior parte do continente africano até abril de 2022. Além de os países africanos terem sido prejudicados pelas compras milionárias de doses da vacina por parte dos países ricos do Ocidente, para combater a pandemia as nações mais pobres da África correm o risco de se endividarem ainda mais.

Um projeto preparado pelo Banco Africano de Exportação-Importação dá conta de que os países vão pagar entre três e dez dolares americanos por dose da vacina, conforme informado pela agência de notícias Reuters. A soma está bem abaixo do valor pago por países ricos – que varia de 19,50 a 37 dólares. Como os países africanos não têm a mesma sustentabilidade financeira, devem ser impactos economicamente mesmo pagando mais ‘barato’ pela imunização.

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