Desde a prisão do ex-presidente Jacob Zuma, há nove dias, a África do Sul vive uma onda de violência que já causou mais de 70 mortes. A maior revolta popular, desde o apartheid, é marcada por saques e invasões de propriedades e comércios.
Algumas regiões do país chegaram a interromper a campanha de vacinação para evitar possíveis ataques, como é o caso de KwaZulu-Natal, província de origem de Zuma, e Gauteng, província em que se localiza a cidade de Johanesburgo.
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Em Durban, a polícia militar atirou contra a multidão com balas de borracha para encerrar os protestos. Cerca de 2.500 agentes, entre policiais e militares, estão divididos para conter a ação dos manifestantes a favor de Zuma. A polícia acredita que os conflitos acontecem de forma espontânea, mas não descarta uma articulação política a favor do ex-presidente sul-africano. Em resposta, a fundação de Jacob Zuma disse que ‘não haverá paz até a libertação dele’.
O ex-presidente da África do Sul foi condenado a 15 meses de detenção por desacato no último dia 7 de julho. Zuma também é acusado de corrupção, compra de armamento em 1999 e de favorecer empresários durante seu mandato presidencial, entre 2009 a 2018.
De acordo com informações oficiais, Jacob Zuma ignorou convocações para testemunhar em um inquérito que investiga corrupção no governo. A Justiça da África do Sul citou “tentativas de enganar o público e de destruir o Estado de Direito”. Já o ex-presidente se declara vítima de uma conspiração.
Antes de ser eleito, Jacob Zuma foi denunciado em 783 casos de corrupção. Apenas dois processos foram a julgamento. Em nota, o atual presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, declarou que esse período é um dos mais violentos desde o fim do apartheid – antigo regime de segregação racial da África do Sul. O órgão de inteligência nacional sul-africano (NatJOINTS) advertiu que quem incitar a violência pode enfrentar acusações criminais.
Para repercutir as informações e atualizar os dados sobre a situação da África do Sul, a Alma Preta Jornalismo entrou em contato com o consulado brasileiro do país. Até a publicação deste texto nenhuma resposta foi enviada. Caso a embaixada se posicione, a matéria será atualizada.