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Ano Novo em África: conheça algumas tradições de diferentes países

O costume muda de acordo com a religião de cada país do continente africano, dividido entre cristãos, mulçumanos, indígenas e iorubás

Imagem: Reprodução/Internet

Foto: Imagem: Reprodução/Internet

30 de dezembro de 2022

O Ano Novo é comemorado de maneira diferente do costume brasileiro em alguns países do continente africano, composto por 54 Estados (membros da União Africana – UA) e com mais de 800 milhões de pessoas. As comemorações, normalmente, seguem a religião predominante de cada país da África, composta por 40% da população cristã (14,5% de católicos), outros 40% muçulmana, enquanto adeptos de religiões indígenas e tradicionais iorubás constituem 20% da população.

Além da tradicional queima de fogos, na África do Sul, com mais de 60% da população cristã, por exemplo, as pessoas dão boas-vindas ao ano novo arremessando móveis e eletrodomésticos nas ruas. O ritual sul-africano representa um símbolo de renovação para que as energias da casa sejam mudadas.

Para quem procura festas na região, em Cabo da Boa Esperança, a chegada do novo ano é comemorada com desfiles, como um tipo de Carnaval, no dia 2 de janeiro. A data se deve à libertação dos escravizados no país, em 1830.

Ano novo com carnaval em Cabo da Boa Esperança, na África do Sul | Créditos: ReproduçãoAno novo com carnaval em Cabo da Boa Esperança, na África do Sul | Créditos: Reprodução

Já o Ano Novo etíope não é comemorado no dia 1º de janeiro, e sim em 11 de setembro (ou 12, nos anos bissextos), data que marca o início das celebrações do Ekutatash, o ano novo do calendário etíope. O nome significa literalmente “presente de jóias”, e vem do retorno da rainha do Sabá à Etiópia após visitar o rei Salomão.

A data coincide com o fim da época de chuvas e início das colheitas, mas também é associada à cor amarela das flores que costumam se abrir na região nesse período. Além de ser feriado, a data é marcada por celebrações e banquetes entre amigos e parentes.

Islamismo na África

Países como República Islâmica da Mauritânia, República Islâmica da Somália, Zanzibar Gâmbia e Senegal são majoritariamente islâmicos, portanto, sua tradição de ano novo se chama Al Hijiri.

A data em relação ao calendário ocidental varia, já que o ano no calendário islâmico tem 354 ou 355 dias. O calendário lunar islâmico começa a contar a partir do ano 622, quando Maomé e seus seguidores foram de Mecca para Medina, onde criaram a primeira comunidade islâmica.

Créditos: ReproduçãoCréditos: Reprodução

Essa migração é chamada de Hégira, do árabe “hjira”, que significa algo como “separação”. A data não é feriado em todos os países de maioria islâmica, e é normalmente vista como uma celebração mais introspectiva, como um período de jejum e reflexão.

Cultura iorubá

O calendário tradicional iorubá (Cojodá) tem uma semana de quatro dias e 91 semanas no ano. O ano iorubá vai desde 03 de junho de um ano do calendário gregoriano a 2 de junho do ano seguinte. Logo, o Ano Novo para essa cultura é comemorado de forma diferente na África ocidental, a sudoeste da Nigéria, no Daomé e no Togo.

O costume inclui um ritual para celebrar o ano novo em julho, plantando uma muda de árvore de obi (Cola acuminata). E os iniciados na religião iorubá vão até os templos e assistem pessoalmente ao momento em que é descoberto o odu (destino) do ano novo, sinal dado pelo oráculo do jogo de búzios.

Com o novo odu, os adeptos terão um conjunto de tabus para respeitar, oferendas a serem realizadas e demais recomendações para que as divindades do panteão africano os ajude a ter vida longa, prosperidade, filhos aos que desejam, paz e muitas outras coisas boas que a experiência terrena pode trazer.

A comemoração visa a paz interior e do mundo, sabedoria para saber lidar com os desafios da vida, prosperidade e sensibilização dos governantes contra guerras, para soluções eficazes às mudanças climáticas, contra a xenofobia e todos os sentimentos ruins que atrapalham a evolução coletiva.

Leia também: ‘Os sons do sagrado: o que representa a música no candomblé?’

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