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Em meio à crise da Igreja Universal de Angola, nova queixa-crime contra pastores é feita

13 de agosto de 2020

Há alguns meses a igreja do bispo e empresário brasileiro Edir Macedo enfrenta divergências internas com um grupo de cerca de 300 pastores e bispos angolanos que acusam pastores brasileiros de racismo, evasão de divisas e imposição do procedimento de vasectomia

Texto: Guilherme Soares Dias | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução

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A Igreja Universal do Reino de Deus de Angola fez uma nova queixa-crime contra bispos e pastores angolanos. A denúncia ocorreu após o quarto Cartório Notarial de Luanda atestar como falsa uma ata que destituiu a direção da igreja no país.

O pastor angolano Alberto Segunda afirma que os pastores dissidentes convocaram uma assembleia-geral extraordinária de forma ilícita. Durante o evento, foi deliberada a destituição e a dissolução dos membros da direção da igreja.

Os religiosos enfrentam divergências internas com um grupo de cerca de 300 pastores e bispos angolanos que acusam os pastores brasileiros que atuam em Angola de racismo, evasão de divisas e o procedimento forçado à vasectomia feito pelos bispos e pastores angolanos.

De acordo com a agência alemã Deutsche Walle (DW), a igreja contatou o 4º Cartório Notarial de Luanda a respeito da assembleia, mas não houve ata publicada “presumindo-se desde logo, tratar-se de um ato notarial forjado e, por sequência, completamente falso”.

“As ilegalidades cometidas pelos referidos membros da ‘Comissão de Reforma’ são inadmissíveis”, disse Alberto Segunda. Segundo o pastor, “a ata é falsa porque vem já de alguns atos viciosos, a começar pela assembleia extraordinária, que só poderia ter sido convocada pelo presidente interino, bispo Antonio Ferraz”. Ferraz, por sua vez, afirmou que bispos angolanos e brasileiros “vivem em perfeita harmonia” e que “todas as acusações feitas não condizem com a verdade”.

No dia 1 de agosto, o Diário da República de Angola, órgão oficial do país, comunicou formalmente o resultado de uma assembléia da Igreja Universal, no dia 24 de junho, que determinou a dissolução de sua diretoria e a destituição do bispo brasileiro Honorilton Gonçalves de sua cúpula.

A Universal está registrada em Angola desde 1992, onde conta com 500 mil fiéis e um total de 307 templos em todo o país, dos quais 90 estão em posse da ala angolana dissidente.

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