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Etiópia abre 1ª bolsa de valores em 50 anos

Medida é parte de esforço do governo local em direção à abertura e liberalização da economia etíope, em meio a reformas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o impacto de sanções dos Estados Unidos
Participantes acompanham gráficos em meio ao lançamento da bolsa de valores da Etiópia, em Adis Abeba, 10 de janeiro de 2025

Participantes acompanham gráficos em meio ao lançamento da bolsa de valores da Etiópia, em Adis Abeba, 10 de janeiro de 2025

— Amanuel Sileshi/AFP

11 de janeiro de 2025

Nesta sexta-feira (10), o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, inaugurou a nova bolsa de valores do país, a primeira a funcionar na nação africana em 50 anos.

A primeira empresa a ser listada na bolsa foi a estatal Ethio Telecom, mas a expectativa é de alcançar 90 empresas e quatro milhões de investidores. O governo organizou uma primeira venda de ações da Ethio Telecom — até 10% — ainda em outubro, conforme aponta a agência AFP.

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Desde que assumiu o poder, em 2018, o premiê Abiy tem sido um defensor da liberalização da economia etíope. Apesar disso, conflitos internos, incluindo uma guerra civil devastadora na região norte de Tigré — de 2020 a 2022 — e sanções dos Estados Unidos dificultaram as reformas.

A Etiópia não tinha nenhuma forma de bolsa de valores há 50 anos, desde a queda do imperador Haile Selassie, em 1974, e a ascensão de um governo de inspiração marxista, conhecido como Derg, que nacionalizou a economia.

Nos últimos meses, autoridades etíopes adotaram uma série de reformas econômicas. Em dezembro, o parlamento aprovou uma lei que permite que bancos estrangeiros abram subsidiárias na Etiópia, embora com restrições de que as empresas internacionais só possam deter até 49% das ações.

O país também anunciou uma reforma na taxa de câmbio, em julho, permitindo que sua moeda, o birr, flutue livremente em relação ao dólar.

Um programa de ajuda de US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 20,72 bilhões) do Fundo Monetário Internacional e um plano de financiamento de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 9,14 bilhões) do Banco Mundial foram retidos até que a Etiópia aceitasse a reforma.

Localizada na região conhecida como Chifre da África, a Etiópia é o segundo país mais populoso do continente, com cerca de 120 milhões de habitantes. De 2004 a 2019, a nação registrou altas taxas de crescimento econômico, muitas vezes superiores a 10% ao ano.

No entanto, a economia do país desacelerou após conflitos internos e os efeitos da pandemia da Covid-19 e da guerra na Ucrânia, reduzindo o crescimento para uma média de 5,9%, de 2020 a 2023. Já a inflação no país subiu de 20,4% para 30,2% no mesmo período, de acordo com dados do Banco Mundial.

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