Após inundações de grandes proporções na Líbia, as mortes de pelo menos 2.300 pessoas foram confirmadas pelo governo local — reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Outras 10.000 pessoas estariam desaparecidas e mais de 7.000, feridas.
Conforme relatou o Crescente Vermelho — equivalente local à Cruz Vermelha — cerca de 20.000 pessoas estão desabrigadas. Segundo a agência AFP, autoridades rivais no país acreditam que o número de mortos pode chegar a até 10.000 — a Líbia tem pelo menos dois governos rivais que disputam o controle do país.
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A catástrofe na Líbia está concentrada na cidade portuária de Derna, no mar Mediterrâneo, destruindo bairros inteiros em decorrência da passagem da tempestade Daniel. Além de Derna, a tempestade também atingiu, no domingo (10), as cidades líbias de Benghazi, Sousse, Al Bayda e Al-Marj, após passar por Grécia, Bulgária e Turquia.
Com cerca de 100 mil habitantes, Derna está localizada a cerca de 900 km da capital do país, Trípoli, e é cortada pelo rio Wadi Derna — um rio sazonal que fica seco durante parte do ano.
Depois da tempestade, pelo menos duas barragens foram destruídas no rio, liberando um fluxo de água que destruiu pontes e regiões inteiras da cidade. Estradas que davam acesso às áreas afetadas também foram destruídas. Segundo informações da agência AFP, a cidade já convivia com problemas de infraestrutura e falta de planejamento urbano básico, incluindo para emergências.
Com cerca de 6,7 milhões de habitantes, a Líbia faz fronteira com países como Argélia, Egito e Tunísia. Desde a invasão do país por forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em 2011, o país convive com conflitos internos, incluindo a disputa pelo poder por grupos rivais, e graves problemas sociais e de infraestrutura — o que dificulta ainda mais as ações de reconstrução e resgate das vítimas.
Essa é a segunda tragédia no norte-africano em poucos dias. Na sexta-feira (8), um terremoto de 6,7 graus atingiu o Marrocos, deixando quase 3.000 mortos.
Líbia recebe ajuda internacional após catástrofe
O governo reconhecido pela ONU do premiê líbio, Abdelhamid Dbeibah, afirma que enviou ajuda à região de Derna, incluindo aeronaves e médicos. No âmbito internacional, diversos países, incluindo Egito, Tunísia, Estados Unidos, Turquia, Itália, Catar e França prometeram enviar ajuda humanitária à Líbia.
Equipes de resgate turcas, egípcias e também dos Emirados Árabes Unidos já estão no local. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou o envio de ajuda humanitária para pelo menos 10.000 pessoas, com foco nas crianças atingidas.
Em nota, o Itamaraty lamentou a catástrofe na Líbia, mas não citou envio de ajuda ao país africano. “Ao se solidarizar com as famílias das vítimas, o governo brasileiro lamenta a destruição provocada pelas tempestades e transmite suas mais sinceras condolências ao povo líbio”, diz a nota da chancelaria brasileira.