Neste domingo (16), a União Africana (UA) alertou contra o possível desmembramento territorial da República Democrática do Congo (RDC), dois dias depois que o grupo armado M23, apoiado por Ruanda, entrou em uma segunda cidade no leste do país — a capital da província de Kivu do Sul, Bukavu.
A captura da cidade dá ao M23 o controle da vasta área do Lago Kivu, que se estende ao longo da fronteira com Ruanda.
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“Não queremos uma balcanização do leste da RDC”, disse aos repórteres o Comissário de Paz e Segurança da UA, Bankole Adeoye, durante coletiva na 38ª cúpula da UA, em Adis Abeba, capital da Etiópia.
A ideia de “balcanização” é uma referência ao que ocorreu na região europeia dos balcãs, na qual ocorreu um processo de fragmentação territorial em diversos Estados. Ou seja, o comissário teme que a RDC seja dividida em diversos países ou regiões autônomas em meio ao atual conflito.
Sem citar Ruanda, Adeoye acrescentou: “Estamos pedindo a remoção imediata do M23 e de seus apoiadores de todas as cidades, inclusive do aeroporto de Goma”.

O M23 tomou Goma, capital da província de Kivu do Norte, no final de janeiro, antes de avançar para o sul em uma escalada de violência na região leste da RDC, assolada por décadas de confrontos.
O conflito tem abalado outras nações. O chefe da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou no sábado (15) que uma “escalada regional deve ser evitada a todo custo”.
Adeoye disse ainda que é “fundamental” respeitar “a soberania, a unidade política e a integridade territorial da República Democrática do Congo”.