O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) alertou sobre a necessidade de prestar auxílio à África para vacinação contra a Covid-19 das populações do continente. Em comunicado, o conselho faz um convite para os países voltarem os olhares para a África e pede doações de imunizantes seguros e eficazes.
Em média, os países africanos têm recebido apenas 2% das doses administradas no mundo. Diante dessa situação, o governo chinês, por meio do Ministério de Relações Exteriores, afirmou que fornece e continuará a distribuir vacina a quase 40 países da África. A ação é denominada de “diplomacia da vacina”.
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A declaração assinada pelos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU ainda ressalta a necessidade de acesso igualitário, testes para detectar a doença, tratamentos e vacinas para a África. A China se comprometeu a distribuir 500 milhões de doses para o continente, de acordo com a contagem da agência de notícias Associated Press. O Ministério de Relações Exteriores ainda salienta o apoio à produção local de vacina nos países africanos.
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Com quatro fabricantes de vacinas, a China afirma capacidade em produzir ao menos 2.6 bilhões de doses em 2021 para distribuição para países que estão sem insumos necessários. Além disso, a Sinovac também começará a ser produzida no Egito em junho.
No começo desta semana, o presidente dos EUA (Estados Unidos da América) Joe Biden fez o segundo anúncio sobre o compartilhamento de 80 milhões de vacinas nos próximos meses. No entanto, o governo norte-americano não disse quais serão os países beneficiados e se a África está incluída.
Apharteid da vacina
De acordo com o diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, a distribuição de forma não igualitária da vacina em países pobres provoca um apartheid.
“O mundo já está em um apartheid de vacinas. Como vocês sabem os países de alta renda respondem por 15% da população mundial, mas têm 45% das vacinas, e os de rendas média e baixa somam quase metade da população, mas recebem apenas 17% das vacinas mundiais, então a lacuna é realmente enorme”, disse o diretor, durante uma coletiva de imprensa.
A OMS ainda estima que mais de 1,2 bilhão de doses foram aplicadas em todo mundo; 80% das aplicações foram realizadas em países com melhor posição econômica, como os europeus. Já na África, por outro lado, pouco mais de 20 milhões de imunizantes foram distribuídos.