A África do Sul segue com a contagem dos votos após uma eleição marcada por forte participação na qual o Congresso Nacional Africano (ANC), partido do falecido Nelson Mandela, corre o risco de perder a maioria parlamentar pela primeira vez em três décadas.
Com apenas 10% dos votos apurados, o ANC liderou a contagem com 42% dos votos, significativamente abaixo dos 57% obtidos em 2019. O partido neoliberal Aliança Democrática (DA) ficou em segundo lugar com 26%, seguido pelo partido esquerdista Lutadores da Liberdade Econômica (EFF) com 8%, ligeiramente à frente do partido uMkhonto we Sizwe (MK) do ex-presidente Jacob Zuma, com 7%.
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Os resultados finais são esperados apenas no fim de semana, mas a tendência inicial pode forçar o atual líder do ANC e presidente nacional, Cyril Ramaphosa, a buscar aliados para obter um segundo mandato.
Caso a tendência se confirme, será a primeira vez desde as eleições democráticas de 1994, que marcaram o fim do apartheid, que o ANC não conquista mais de 50% dos votos.
Nos últimos 30 anos, os eleitores da África do Sul têm sido leais ao partido que libertou o país do apartheid, mas sua popularidade está em declínio. Enquanto em 2019 o ANC obteve 57% dos votos, as pesquisas agora indicam cerca de 40%.
Com uma população de 62 milhões de habitantes, cresce a frustração com o desemprego, a criminalidade, os escândalos de corrupção e os problemas recorrentes de abastecimento de água e energia elétrica.