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Perto de completar 93 anos, presidente do Zimbábue diz apoiar Trump

20 de fevereiro de 2017

O controverso presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, que se mantém no cargo há 30 anos, declarou em uma entrevista à TV estatal de seu país que concorda com a política nacionalista do norte-americano Donald Trump. Ele pretende se aproximar dos EUA e espera que o país retire as sanções impostas desde 2001 ao Zimbábue.

Texto e edição de imagem / Solon Neto

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O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, declarou apoio às restrições a imigrantes proposta por Trump, no que chamou de política da “América para os americanos”. A declaração aconteceu durante uma entrevista ao canal de TV estatal do Zimbábue, segundo o site de notícias All Africa.

A entrevista abordou o aniversário de 93 anos do presidente. Mugabe é criticado por estar no poder há 30 anos de forma anti-democrática. Ele disse concordar com as políticas restritivas que pretendiam banir a imigração de sete países de maioria islâmica, incluindo três países africanos, Somália, Sudão e Líbia. Neste momento a medida está bloqueada pela justiça dos Estados Unidos.

No final de Janeiro Trump recebeu duras críticas durante o encontro da União Africana. A ex-presidente do comissariado do órgão, a sul-africana Nkosozana Dlamini-Zuma, mostrou preocupações com os possíveis retrocessos que as políticas de imigração, xenofobia, machismo e racismo poderiam apontar.

No entanto, o posicionamento de Robert Mugabe pode significar um movimento de aproximação com a Casa Branca, na tentativa de retirar as sanções econômicas impostas pelos americanos desde 2001. À época, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, instaurou uma política de sanções ao Zimbábue como forma de protestar contra a reforma agrária feita pelo o país. O já presidente Mugabe levou adiante uma política de distribuição de terras em seu país que retirou terras de brancos e repassou para negros, em uma tentativa de corrigir sequelas da colonização inglesa. Segundo a revista QUARTZ, as sanções econômicas somam 42 bilhões de dólares em prejuízos para o país.

O próprio Mugabe disse na entrevista que prefere dar mais tempo a Trump, e espera que ele “reveja as sanções ao Zimbábue”, sinalizando suas intenções.

Nos últimos 15 anos, sete milhões de hectares de terra foram redistribuídas pela política de Mugabe. Por volta de 4.500 fazendeiros brancos tiveram que dar lugar a cerca de um milhão de negros, que foram assentados nas terras então vagas, segundo o site de notícias alemão Deutsche Welle. As grandes propriedades deram lugar a uma porção de produtores de média escala, mas principalmente pequenas propriedades de produtores.

Ainda segundo o site alemão, o Zimbábue hoje tem problemas na produção de alimentos, e importa diversos produtos agrícolas em grande quantidade. Se por um lado o acesso a terra foi garantido, por outro criou problemas de produção e necessidade de capacitação técnica dos novos fazendeiros. Esses problemas se somam às sanções econômicas. Hoje, 80% da população do país vive na pobreza.

Por enquanto a política do presidente americano em relação aos países africanos segue incerta, mas ele já manteve conversas com os presidentes Muhammadu Buhari, da Nigéria, Jacob Zuma, da África do Sul e Abdel Fattah al-Sisi, do Egito.

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