No Dia Internacional da Criança Africana, celebrado em 16 de junho, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) apelou aos governos africanos e parceiros globais para garantir o acesso ao tratamento para crianças que vivem com HIV e prevenir novas infecções.
Em 2022, apenas 5,6% das crianças infectadas com HIV na África Subsaariana receberam tratamento antirretroviral, comparado a uma taxa global de 83% para adultos, afirma o órgão. Sem tratamento, metade dessas crianças correm risco de morte antes dos dois anos.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids, ressaltou em nota a urgência da questão. “Como a África Subsaariana continua a suportar o fardo mais elevado do HIV, as crianças não são poupadas. Mais de 1,3 milhões de crianças vivem com o HIV na região e muitas não têm acesso a tratamento que salva vidas. Nenhuma criança deve ser deixada para trás.”
Segundo o Unaids, a dificuldade de alcançar testes de HIV entre crianças complica o diagnóstico e tratamento. Em 2022, cerca de 70 mil crianças morreram de doenças relacionadas à aids na África Subsaariana devido à falta de tratamento antirretroviral, e aproximadamente 110 mil crianças contraíram o vírus.
Embora alguns países, como a Namíbia, tenham progredido na eliminação da transmissão vertical do HIV, muitos outros, especialmente na África Ocidental e Central, ainda enfrentam grandes desafios. Países como Nigéria, Gana, Camarões e República Democrática do Congo registram altos números de infecções recentes entre crianças.
Byanyima ainda reforçou a necessidade de ação apontando que, com toda a ciência disponível, não há razão para que nenhuma criança morra em decorrência da aids em 2024. “Precisamos garantir que mulheres grávidas e lactantes tenham acesso a medicamentos para evitar a transmissão do vírus”, destacou.