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Livro de Manoel Soares sobre racismo na escola é adaptado para teatro

Com sessões no SESC Belenzinho, a peça insere os espectadores na trama
A imagem mostra o ator que interpreta na peça "Para Meu Amigo Branco”. A obra é uma adaptação do livro de Manoel Soares.

Foto: Sabrina da Paz

25 de fevereiro de 2024

Durante uma reunião escolar entre pais e professores, um homem levanta um importante debate sobre racismo: sua filha de oito anos foi chamada de “negra fedorenta” por um colega branco. Esse é o mote do espetáculo “Para Meu Amigo Branco”, livro de Manoel Soares adaptado para o teatro. A peça chega ao SESC Belenzinho em março.

Na trama, enquanto a escola opta por lidar com a violência contra a garota apenas como um caso de bullying, seu pai, interpretado por Reinaldo Junior, luta para mostrar aos presentes que a situação é bem mais complexa. O impasse ganha novos contornos quando um pai branco (Alex Nader), inicialmente solidário à causa, muda de comportamento ao descobrir que seu filho é o responsável pela agressão. 

O texto é assinado e dirigido por Rodrigo França, que atualmente concorre ao Prêmio Shell de Dramaturgia no Rio de Janeiro por “Angu”, e Mery Delmond, atriz e roteirista que se dedica ao desenvolvimento de projetos criativos e culturais desde 2015. A ideia é que personagens brancos e negros discutam o racismo em cena, estimulando a plateia a refletir sobre as suas ações cotidianas. 

Para isso, o público deixa de ser passivo e mergulha na realidade da reunião escolar. 

“A encenação faz o possível e o impossível para que as pessoas esqueçam que estão no teatro e mergulhem na realidade da reunião escolar. Ou seja, além de os espectadores estarem posicionados como se estivessem dentro da ação, a atriz que interpreta a professora circula entre todo mundo, incluindo todos os presentes naquele ambiente. O espetáculo fala sobre uma figura paterna incansável, que não tolera o racismo e deixa isso bem claro. A peça clama por dignidade”, conta França. 

Para Manoel Soares, o histórico de racismo no Brasil coloca as vitórias da comunidade negra sempre em segundo plano. “Tudo que os pretos têm de positivo acaba sendo ofuscado pela agenda da dor. Essa agenda só vai deixar de existir se for dividida com as pessoas de pele clara”, analisa o comunicador e ativista.

Serviço:

Quando: 1º a 24 de março de 2024. 
Sextas e sábados, 21h30. Domingos, 18h30.
Onde: Sala de Espetáculos I do Sesc Belenzinho
Ingressos: R$40 (inteira), R$20 (meia-entrada) e R$12 (credencial plena)
Classificação indicativa: 14 anos.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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