De 21 a 24 de novembro, ocorre a Semana da Consciência Negra Unificada, envolvendo representantes dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (NEABs) da Unifesp, UFSCar, USP, Unesp e Unicamp. O encontro tem como objetivo unir esforços para contemplar os significados e impactos da presença de estudantes e docentes negros nas universidades, ao mesmo tempo em que delineia os desafios para ampliar essa representatividade.

O ponto de destaque recai sobre a participação estudantil na proposição e realização de atividades universitárias. Desde a implementação das ações afirmativas em 2012, a presença dos estudantes na universidade cresceu 205%, evidenciando que, se há uma representação negra na instituição, ela é predominantemente estudantil. Isso é notável, considerando que a proporção de docentes negros nas universidades paulistas não ultrapassa os 5%.

O Seminário “Políticas Antirracistas no Ensino Superior” marca o início da primeira Semana de Consciência Negra Unificada entre as universidades públicas de São Paulo. O evento tem como objetivo celebrar a data como um ponto de referência para a defesa dos direitos de cidadania das populações negras, além de fornecer parâmetros e protocolos contemporâneos para a efetivação desses direitos no ensino superior.

O seminário percorrerá as universidades públicas de São Paulo, e ao término do evento, a comissão organizadora apresentará um documento-manifesto. Esse documento conterá um diagnóstico abordando as diversas manifestações do racismo no ensino superior, juntamente com as propostas dos docentes para combatê-lo dentro do âmbito das políticas públicas. A entrega desse manifesto será realizada às reitorias das universidades participantes da SCN 2023, bem como a outros órgãos públicos pertinentes.

Outro ponto de destaque é a participação da Fundação Cultural Palmares na sessão de abertura, na qual o presidente da instituição, João Jorge Rodrigues, será palestrante em uma discussão sobre o legado da Lei 10639. Já na mesa de encerramento do evento, será abordado o papel dos quilombos urbanos na imaginação política contemporânea, contando com a participação de Érica Malunguinho e Flávia Costa, diretora de patrimônio da Fundação Cultural Palmares.