A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, acionou o Ministério da Justiça para investigar as recentes ameaças de ódio e ataques que vem sofrendo nas redes sociais. A pasta informou que vai acionar a Polícia Federal e as investigações vão começar nesta sexta-feira (29). A parlamentar também pediu por proteção policial e escolta enquanto durarem as ameaças.
Segundo o Ministério da Igualdade Racial (MIR), as ameaças contra Franco se intensificaram na semana passada, após a ministra utilizar o avião das Forças Aéreas Brasileiras (FAB) para ir a São Paulo assinar o protocolo de intenção de combate ao racismo no futebol na final da Copa do Brasil.
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Desde então, a ministra vem recebendo mensagens nas redes sociais e pelo seu e-mail institucional, com xingamentos, ameaças à sua vida, tentativas de intimidação e práticas de racismo. “Piranha […] tomara que tenha o mesmo fim da irmã […] aqui é São Paulo, sua vaca suja”, diz um dos textos enviados como mensagem privada. “Macaca mamadora do magnífico ex-presidiário, preta lixo”, diz outra.
A ação também gerou críticas nas redes sociais de parlamentares da oposição. No entanto, o uso do transporte aéreo é permitido por lei, uma vez que Anielle é ministra de Estado e participava de um ato institucional. Em março de 2020, um decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) disciplinou o uso do transporte aéreo para os ministros de Estado.
O informe do ministério também reitera que “as provas dos ataques foram reunidas em formato de dossiê contendo os perfis, dias e horas dos envios/postagens, para que municiem a investigação e posterior responsabilização dos autores”.
“É muito doloroso receber ameaças de morte e violência por ser uma mulher na política e perceber que desde a minha irmã, nada mudou. Essa investigação é importante para que possamos seguir com o nosso trabalho e a construção das políticas públicas para o povo brasileiro. É para isso que eu trabalho todos os dias”, disse, em nota, a ministra Anielle Franco.