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Após 14 anos, ex-policial é condenado por morte de criança durante operação em Salvador

Garoto morreu aos 10 anos de idade, dentro de casa, durante uma ação policial no Nordeste de Amaralina, em 2010
Imagem de Joel, jovem de 10 anos atingido por uma bala perdida durante uma ação policial em Amaralina, Salvador.

Foto: Reprodução

8 de maio de 2024

O ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza foi condenado pelo Tribunal do Júri, nesta terça-feira (7), a 13 anos e quatro meses de prisão pelo homicídio do menino Joel, vítima de bala perdida aos 10 anos, em 21 de novembro de 2010. O réu foi considerado culpado pelo crime de homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima. No entanto, ele permanecerá em liberdade até que a sentença transite em julgado.

O julgamento, realizado no Fórum Ruy Barbosa em Salvador, absolveu o tenente PM Alexinaldo Santana Souza. O Ministério Público da Bahia anunciou que irá recorrer da decisão de absolvição a fim de manter a busca por respostas e reparação para a família de Joel.

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A acusação, sustentada pelos promotores de Justiça Ariomar José Figueiredo e Mirella Brito, destacou a demora no processo, que se estendeu por quase 14 anos desde o ocorrido até o julgamento. “Queríamos que os dois fossem condenados, mas um deles foi absolvido. Fruto também da demora”, afirmou o promotor Ariomar Figueiredo.

A mãe de Joel, Miriam Conceição, expressou sua satisfação com a condenação de Eraldo. “A gente sai daqui com o dever cumprido. Chegamos até aqui e foi desgastante. Mas a gente está feliz também porque conseguimos a condenação do Eraldo, que foi o autor do disparo“, disse.


Segundo a acusação do Ministério Público, os réus, em uma ação policial, entraram na Rua Aurelino Silva, no bairro Nordeste de Amaralina, efetuando disparos que atingiram Joel em seu quarto. O pai da vítima testemunhou o momento em que policiais apontavam armas na direção da casa. A criança foi atingida no rosto quando se preparava para dormir.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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