O ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza foi condenado pelo Tribunal do Júri, nesta terça-feira (7), a 13 anos e quatro meses de prisão pelo homicídio do menino Joel, vítima de bala perdida aos 10 anos, em 21 de novembro de 2010. O réu foi considerado culpado pelo crime de homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima. No entanto, ele permanecerá em liberdade até que a sentença transite em julgado.
O julgamento, realizado no Fórum Ruy Barbosa em Salvador, absolveu o tenente PM Alexinaldo Santana Souza. O Ministério Público da Bahia anunciou que irá recorrer da decisão de absolvição a fim de manter a busca por respostas e reparação para a família de Joel.
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A acusação, sustentada pelos promotores de Justiça Ariomar José Figueiredo e Mirella Brito, destacou a demora no processo, que se estendeu por quase 14 anos desde o ocorrido até o julgamento. “Queríamos que os dois fossem condenados, mas um deles foi absolvido. Fruto também da demora”, afirmou o promotor Ariomar Figueiredo.
A mãe de Joel, Miriam Conceição, expressou sua satisfação com a condenação de Eraldo. “A gente sai daqui com o dever cumprido. Chegamos até aqui e foi desgastante. Mas a gente está feliz também porque conseguimos a condenação do Eraldo, que foi o autor do disparo“, disse.
Segundo a acusação do Ministério Público, os réus, em uma ação policial, entraram na Rua Aurelino Silva, no bairro Nordeste de Amaralina, efetuando disparos que atingiram Joel em seu quarto. O pai da vítima testemunhou o momento em que policiais apontavam armas na direção da casa. A criança foi atingida no rosto quando se preparava para dormir.