A Alma Preta Jornalismo, a Coalizão Negra por Direitos e o vereador de Feira de Santana (BA) Jhonatas Monteiro (PSOL-BA) entraram com uma representação criminal, além de uma notificação extrajudicial, acerca das ameaças e ataques racistas enviadas por e-mail no último dia 4 de julho. No conteúdo, o autor se refere ao colaboradores do veículo como “macacos pretos”.
A história se iniciou no dia 31 de março, quando, em protesto de professores da rede municipal de Feira de Santana, Jhonatas Monteiro e integrantes da categoria docente foram agredidos por guardas municipais na sede da prefeitura.
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“Diante dos ânimos exaltados dos manifestantes que invadiram o Paço Municipal Maria Quitéria, sede da Prefeitura, a Guarda Municipal agiu dentro do necessário para exclusivamente defender o patrimônio público, até porque o prédio é tombado como patrimônio histórico e cultural”, afirmou, em nota, a prefeitura de Feira de Santana sobre a ação dos guardas.
Após denunciar as agressões sofridas, o vereador passou a receber ameaças por meio de sua conta no WhatsApp, por números com DDD de outros estados, e por e-mail. Nas mensagens, as ameaças eram acompanhadas de dados pessoais de Jhonatas e seus familiares. À época, o vereador, que também é professor de história, publicou nota em suas redes sociais, onde dizia estar tomando as medidas cabíveis.
“Estamos tomando todas as medidas para garantir a rigorosa investigação das ameaças que sofri, buscando a identificação e responsabilização de quem estiver envolvido”, escreveu o parlamentar em uma rede social.
Pouco mais de três meses depois, em julho, Jhonatas Monteiro voltou a receber ataques racistas e ameaças. Em uma delas, recebida no dia 4 de julho, a Alma Preta também foi alvo. A mensagem afirma que a agência não poderia se chamar “Alma Preta”, pois, segundo o autor da investida racista, “preto não tem alma”.
Pedindo apuração do caso, a representação criminal, encaminhada à Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Estado da Bahia, e a notificação extrajuducial, endereçada à Prefeitura de Feira de Santana, foram assinadas pelas advogadas Ágatha Regina Abreu de Miranda e Sheila Santana de Carvalho.
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