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Ativista indígena é detida por seguranças da ONU durante COP16 na Colômbia

Segurança da ONU teria apertado o braço de Txai Surí ao se incomodar com a tinta da manifestante; COP16 ocorre em Cali, na Colômbia
Na foto, a indígena e ativista Txai Suruí aparece cercada por seguranças da ONU.

Foto: Reprodução / Mídia Guarani Mbya

31 de outubro de 2024

Uma ativista indígena da etnia Paiter Suruí foi detida por seguranças da Organização das Nações Unidas (ONU) ao tentar realizar um protesto durante a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP 16), realizada na cidade colombiana de Cali, na última quarta-feira (30).

De acordo com a denúncia, divulgada pelo canal de comunicação Mídia Guarani Mbya, Txai Suruí possuía todo o credenciamento necessário para participar das atividades. No final da tarde, já na área controlada do evento, a indígena iniciou uma manifestação com cartazes contra o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48.

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O projeto em questão busca instituir o Marco Temporal das terras indígenas, tese jurídica que reconhece apenas os direitos territoriais indígenas às terras ocupadas a partir de 1988. Anteriormente, a proposta foi classificada como um ataque às comunidades originárias por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pela própria ONU.

Na COP16, a ativista e seu grupo teriam sido cercados por seguranças da ONU, que lhe arrancaram as credenciais de acesso e impediram a manifestação pacífica. Txai Suruí ainda denunciou ter sido agredida no braço durante a abordagem.

Os ativistas brasileiros alegam ter pedido uma autorização às Nações Unidas para possibilitar o ato, mas a entidade não respondeu a tempo. A organização mantém uma restrição para manifestações políticas em seus encontros.

Diante da falta de resposta, o grupo decidiu manter a manifestação de modo mais contido, limitado a discursos e cartazes no local de circulação dos integrantes e ministros da COP.  

O caso precisou de intermediação diplomática de representantes do governo brasileiro que estavam presentes no evento, com integrantes dos ministérios dos Povos Indígenas (MPI) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Com o auxílio das autoridades brasileiras, a manifestante foi levada para uma área de atendimento médico, sendo liberada depois. Marina Silva, chefe do MMA, acompanhou o processo.

Em entrevista concedida para o UOL, a indígena informou que, ao ser abordada, uma segurança reclamou da tinta que estava em suas mãos. A tinta, que simbolizava o sangue indígena, teria sujado a funcionária. “E ela falou: você me sujou. Aí torceu meu braço. Foi quando comecei a gritar por socorro. Fiquei assustada, não esperava”, declarou à reportagem.

Com informações do ECOA Uol*

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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