O Conselho Superior da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) aprovou, por unanimidade, em sessão ordinária, a concessão do título de Doutor Honoris Causa a quatro ativistas do movimento antirracista afro-religioso.
Receberão a honraria, prevista para novembro, Pai Célio Rodrigues dos Santos (Babalorixá Célio Omintologi), Maria Neide Martins (Yalorixá Neide Oyá D’Oxum), Ismaila Fássassi (Babalawô Oloyé Ayinde Oriwo) e Célia Gonçalves Souza (Makota Celinha).
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A homenagem é um reconhecimento das contribuições significativas desses ativistas para a promoção da equidade racial e a valorização das tradições afro-religiosas.
A proposição do título foi realizada pelo professor de história e coordenador Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Uneal (Neab) Clébio Correia de Araújo. A proposta passou pela apreciação dos membros do Conselho Superior da Universidade Estadual de Alagoas (Consu), conforme estabelece o Regimento Geral da Universidade.
“É a primeira vez na história da nossa Instituição, do estado e nacionalmente, que uma Universidade concede o título de Doutor Honoris Causa de uma só vez, a quatro personalidades de religiões de matrizes e raízes africanas. ‘Sem dúvidas, um grande marco e reparação para com a população que foram e são diariamente silenciados e vítimas das violências do Racismo no geral, sobretudo em Alagoas”, frisou o pesquisador em nota publicada pela universidade.
Para a solenidade de concessão dos títulos, a Uneal pretende realizar o evento no Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro, na Serra da Barriga. A data marca as celebrações locais que têm forte significado na luta contra o racismo.
“Não temos dúvidas sobre a importância e o simbolismo que esses títulos representam para uma política de combate ao racismo, de valorização das pessoas pretas. É uma necessidade o reconhecimento dessas autoridades para que a gente possa, de fato, ampliar a educação quilombola [….] e servir de exemplo para ampliar as políticas públicas”, destacou o reitor da Uneal, Odilon Máximo de Morais.