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Autossabotagem é o principal obstáculo na carreira de 39,8% das mulheres

Segundo estudo, ações afirmativas como processos seletivos voltados para mulheres, são soluções possíveis para as mulheres não abandonarem suas carreiras
Mulher negra em escritório está com os olhos fechados e uma das mãos sob a cabeça.

Foto: Reprodução

17 de outubro de 2023

Pesquisa feita pela {reprograma}, uma iniciativa focada na capacitação de mulheres negras, trans e travestis em situação de vulnerabilidade social e econômica no mercado de tecnologia, aponta que os principais desafios dessas profissionais para ingressar em suas áreas de atuação estão relacionados à autoestima e falta de confiança nas próprias habilidades.

Segundo os dados, 39,8% das mulheres indicaram a autossabotagem ou a falta de confiança para dar continuidade na carreira, 25% demonstraram ter dificuldade em encontrar um ponto de partida ou manter uma trajetória e 17,6% apontaram a dupla e/ou tripla jornada, combinando estudos, trabalho e responsabilidades familiares.

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O estudo questionou ainda sobre quais caminhos podem ser tomados para mudar essa realidade e 52,8% das participantes destacaram a importância de políticas públicas e ações afirmativas, como processos seletivos voltados exclusivamente para mulheres.

Os dados mostram também que 82,2% das entrevistadas conseguiram emprego na área, sendo 49,1% como CLT, com registro em carteira, o que reflete um avanço significativo na inclusão das mulheres em posições formais. Ainda assim, 27,8% estão desempregadas.

Em contrapartida, a pesquisa levantou as transformações positivas do ingresso de mulheres no mercado de tecnologia: mais de 49,1% conseguiram uma nova perspectiva de futuro ao conquistarem o primeiro emprego no setor, 19,4% a oportunidade de oferecer uma qualidade de vida para suas famílias e 18,5% a emancipação econômica.

O levantamento contou com a participação de 109 ex-alunas da {reprograma}, com o principal objetivo de compreender as realidades após a formação em tecnologia.

De acordo com a diretora executiva da iniciativa, Nadja Brandão, a promoção de uma comunidade e mentoria é fundamental para fortalecer a autoconfiança e a criação de uma rede de apoio.

“Precisamos capacitar mulheres para se desenvolverem como agentes de mudança em suas carreiras na sociedade. Além da capacitação técnica, é imprescindível fornecer apoio emocional para que elas se sintam merecedoras e integrantes desse ecossistema, que ainda é predominantemente masculino”, pontua.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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