Pesquisa feita pela {reprograma}, uma iniciativa focada na capacitação de mulheres negras, trans e travestis em situação de vulnerabilidade social e econômica no mercado de tecnologia, aponta que os principais desafios dessas profissionais para ingressar em suas áreas de atuação estão relacionados à autoestima e falta de confiança nas próprias habilidades.
Segundo os dados, 39,8% das mulheres indicaram a autossabotagem ou a falta de confiança para dar continuidade na carreira, 25% demonstraram ter dificuldade em encontrar um ponto de partida ou manter uma trajetória e 17,6% apontaram a dupla e/ou tripla jornada, combinando estudos, trabalho e responsabilidades familiares.
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O estudo questionou ainda sobre quais caminhos podem ser tomados para mudar essa realidade e 52,8% das participantes destacaram a importância de políticas públicas e ações afirmativas, como processos seletivos voltados exclusivamente para mulheres.
Os dados mostram também que 82,2% das entrevistadas conseguiram emprego na área, sendo 49,1% como CLT, com registro em carteira, o que reflete um avanço significativo na inclusão das mulheres em posições formais. Ainda assim, 27,8% estão desempregadas.
Em contrapartida, a pesquisa levantou as transformações positivas do ingresso de mulheres no mercado de tecnologia: mais de 49,1% conseguiram uma nova perspectiva de futuro ao conquistarem o primeiro emprego no setor, 19,4% a oportunidade de oferecer uma qualidade de vida para suas famílias e 18,5% a emancipação econômica.
O levantamento contou com a participação de 109 ex-alunas da {reprograma}, com o principal objetivo de compreender as realidades após a formação em tecnologia.
De acordo com a diretora executiva da iniciativa, Nadja Brandão, a promoção de uma comunidade e mentoria é fundamental para fortalecer a autoconfiança e a criação de uma rede de apoio.
“Precisamos capacitar mulheres para se desenvolverem como agentes de mudança em suas carreiras na sociedade. Além da capacitação técnica, é imprescindível fornecer apoio emocional para que elas se sintam merecedoras e integrantes desse ecossistema, que ainda é predominantemente masculino”, pontua.