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Barbosa completa centenário com reconhecimento tardio

Moacir Barbosa foi goleiro da Seleção Brasileira em 22 jogos, com 16 vitórias, dois empates e quatro derrotas; O jogador vítima do racismo no futebol estaria completando 100 anos

Texto: Redação | Imagem: Reprodução

Barbosa completa centenário com reconhecimento tardio

Barbosa completa centenário com reconhecimento tardio

27 de março de 2021

No dia 27 de março de 1921 Moacir Barbosa nascia em Campinas destinado a fazer história no futebol brasileiro. Foi um dos principais goleiros do time Vasco da Gama onde jogou na primeira passagem entre os anos 1945 e 1955 e voltou no ano de 1958 permanecendo até 1962. Durante a sua estadia no time carioca conquistou 40 vitórias, 8 empates e duas derrotas.

O momento mais emblemático da carreira de Barbosa foi durante a Copa de 1950. Em 16 de julho daquele ano, cerca de 200 mil torcedores assistiam presencialmente no Maracanã a partida decisiva entre Brasil e Uruguai pelo título. Precisando de um empate para ser campeão, Barbosa não conseguiu defender o gol que tornou Uruguai vencedor e que tornou o jogador do Vasco como o “Vilão de 50”, estigma esse que o acompanhou durante 50 anos até a sua morte.

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O deslize de Barbosa ofuscou as suas conquistas e desde então o goleiro foi vítima de um estigma racista por ter que carregar a derrota do Brasil sozinho. Mesmo em momentos como a goleada que o Brasil tomou da Alemanha no marcante 7×1, o time todo foi responsabilizado pelo mau desempenho, ao contrário de 1950 onde a culpa recaiu sobre Moacyr.

Quase 21 anos após a sua morte, o Brasil homenageia a carreira do goleiro em seu centenário, destacando as suas conquistas, entre elas 14 troféus entre copetições oficias e não oficiais, o título Sul-Americano de 1948, o título do Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer, quinto jogador com mais partidas pelo Vasco da Gama e um dos poucos goleiros titulares negros da história da seleção Brasileira.

Barbosa é também um símbolo para goleiros negros, que sofrem até hoje o mesmo preconceito racial que o jogador sofreu em vida desde 1950. Em 2006, às vésperas da Copa, o comediante Chico Anysio afirmou ao Diário Lance! “Não tenho confiança em goleiro negro. O último foi Barbosa, de triste memória na seleção brasileira.”, a fala é exemplo do racismo em campo que perdura até hoje.

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