Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Sem cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Sem cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Sem cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Sem cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Sem cookies para exibir.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Brasil deve chegar a 500 mil mortos pela Covid-19 em junho

Segundo especialistas da área da saúde, má gestão do governo Bolsonaro e lentidão da vacinação podem acelerar o número de mortes; em um ano o número de mortos saltou de 17 mil para 440 mil

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Fotos Públicas

Imagem mostra um cemitério onde são enterrados os corpos de vitimas da Covid-19

Imagem mostra um cemitério onde são enterrados os corpos de vitimas da Covid-19

20 de maio de 2021

O Brasil possui apenas 2,7% da população mundial, no entanto é o país que soma 12,6% de todas as mortes por Covid-19 no planeta, com mais de 440 mil vidas perdidas em pouco mais de um ano. Entre o final da primeira semana e o início da segunda quinzena de junho, se mantidas a atual média de mortes diárias, o país deve atingir a marca de meio milhão de mortes.

Em 18 de maio do ano passado, o Brasil tinha 16.790 mortes confirmadas na pandemia e uma média de 743 óbitos, na média semanal. No dia 18 de maio de 2021, a média foi de 1.930 mortes e, ao todo, 440 mil brasileiros perderam a vida para a Covid-19.

PUBLICIDADE

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A pandemia atinge de forma mais aguda as populações em vulnerabilidade social e econômica, que não podem fazer o isolamento social e ainda não foram imunizadas, sobretudo a população negra, que representa 56% dos brasileiros.

“Estamos há 15 meses na pandemia da Covid-19. São 440 mil famílias impactadas. É incalculável o impacto disso. O governo tem estratégias de necropolítica contra a população pobre e não-branca. No contexto pandêmico, ele amplia essas políticas quando não investe em vacina, quando subestima as recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde], quando não estende os benefícios de complementação de renda das famílias. É um projeto de morte da população”, avalia a enfermeira Bruna Luana Farias. A profissional atua no Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos, mantido pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Ritmo lento da vacinação

A taxa de vacinação do Brasil está em ritmo lento, principalmente se comparada a outras nações. O país está com 8,4% da população totalmente imunizada, cerca de 17 milhões de pessoas. No Chile, são 40% da população, o mesmo índice dos Estados Unidos, onde cidades já descartaram a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços abertos.

“No Brasil, o plano de vacinação é desorganizado. Muitos grupos não foram colocados como prioritários, por exemplo, as pessoas privadas de liberdade. Até abril, a vacinação deste grupo era de 0,04% apenas”, ressalta Emanuelle Góes, doutora em Saúde Pública com concentração em Epidemiologia, pelo Instituto de Saúde Pública da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Outro ponto levantado pela doutora é a campanha anti-vacinação feita por grupos negacionistas e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “A adesão não é de 100% da população porque tem uma corrente contrária. Essas pessoas dizem que a vacina não serve para nada e que vão virar jacaré, como disse Bolsonaro. As pessoas dão ouvidos a isso em vários lugares”, pondera Emanuelle.

Mesmo quem já foi vacinado, de acordo com a doutora, negligencia os cuidados coletivos. “Há pessoas que acham que já podem deixar de se cuidar, relaxam, e continuam a se relacionar com outras pessoas que não se vacinaram. Assim, elas ajudam a espalhar o vírus. Usar máscara e manter o distanciamento é importantíssimo”, recomenda.

Desinformação e CPI da Covid

No Brasil ainda há falta de articulação das estratégias de comunicação para fazer a população entender o que precisa ser feito em relação à pandemia, conforme explica a doutora. “O governo mantém todo mundo desinformado e confuso. Isso vai levar a mais mortes”, destaca Emanuelle.

O Senado Federal realiza uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os procedimentos e ações do governo no combate à pandemia. Até o momento, os senadores apontam que há fortes provas de que o governo foi negligente, principalmente ao focar as estratégias em tratamento preventivo, quando já estava provado que a única saída era a vacinação. O ex-ministro da Saúde e general do Exército, Eduardo Pazuello, teve que prestar explicações na CPI.

O Brasil começou a imunizar a população em janeiro, com a vacina Coronavac, produzida no Instituto Butantã, em São Paulo, mas a produção foi interrompida por conta da falta de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), que vem da China. Segundo o governo do estado, a próxima remessa deve chegar em 26 de maio, quando a produção será retomada a produção da vacina contra a Covid-19.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano