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Brasil registra maior número de incêndios na Amazônia em 20 anos

Número de focos de incêndio subiu 61% em relação ao ano passado, enquanto desmatamento continua a cair
Vista aérea de incêndios na Amazônia, próximo à Reserva Extrativista Lago do Cuniã, na divisa dos estados de Rondônia e Amazonas, norte do Brasil, em 31 de agosto de 2022.

Foto: Douglas Magno/AFP

2 de julho de 2024

O Brasil registrou 13.489 focos de incêndios na Amazônia no primeiro semestre de 2024, o pior número em duas décadas e um aumento de 61% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados de satélite divulgados nesta segunda-feira (1º) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apenas em 2003 e 2004 foram registrados mais incêndios na Amazônia no primeiro semestre, com 17.143 e 17.340 focos, respectivamente.

O aumento acentuado dos incêndios representa uma má notícia para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrenta este desafio enquanto o desmatamento na Amazônia continua a cair. De acordo com o Inpe, de 1º de janeiro a 21 de junho, foram desmatados 1.525 km², em comparação com 2.649 km² no primeiro semestre de 2023, uma redução de 42%. No ano passado, o desmatamento já havia diminuído pela metade em relação a 2022.

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Lula prometeu acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, que havia crescido durante o governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (2019-2022).

Romulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, atribui o aumento dos incêndios às mudanças climáticas, exacerbadas por uma seca excepcional que afetou a Amazônia no ano passado. “Infelizmente boa parte dos biomas naturais brasileiros estão sob um estresse hídrico, por falta de chuva”, explicou à AFP. “A vegetação mais seca é mais favorável à questão de queimadas”, disse.

Batista destacou que a maioria dos incêndios é causada por ação humana, especialmente para a limpeza de terras visando à expansão agrícola. “A maioria do fogo que a gente vê não surge de forma espontânea ou é causada por raios”, afirmou.

Os incêndios florestais também atingiram níveis recordes no primeiro semestre no Pantanal e no Cerrado, biomas ao sul da Amazônia. No Pantanal, foram identificados 3.538 focos de incêndio desde o início do ano, um aumento de 2.018% em relação aos primeiros seis meses de 2023. Isso representa um crescimento de cerca de 40% em comparação com 2020, quando todos os recordes foram quebrados e 30% do bioma foi afetado pelo fogo.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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