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Caso Fanny: jovem acusada de matar seu agressor responde o processo em liberdade

Stefanie teve a prisão preventiva revogada e está sob o cuidado de familiares; segundo a irmã, a jovem está assustada com o que aconteceu: "foi um trauma"

Imagem: Reprodução/Redes sociais

Foto: Imagem: Reprodução/Redes sociais

14 de novembro de 2022

A barbeira Stéfanie Marques Ferreira Candido, presa acusada por matar o próprio agressor, vai responder ao processo em liberdade. A notícia foi divulgada nas redes sociais da campanha “Juntos Pela Fanny” e confirmada pela Alma Preta Jornalismo com a advogada de defesa de Stefanie.

A jovem foi presa no final de outubro, quando foi acusada pela morte de um homem de 72 anos, na cidade de São Lourenço, interior de Minas Gerais. Ela trabalhava como cuidadora na casa do homem quando foi vítima de uma tentativa de estupro, segundo aponta a defesa. Durante uma luta corporal para tentar se defender, Stefanie teria asfixiado o agressor.

Ela, que é natural do Rio de Janeiro, se mudou para a cidade no interior de Minas Gerais para trabalhar como barbeira. O homem, apontado como o agressor, era cliente da barbearia e pediu para Stefanie trabalhar na casa dele como cuidadora no período noturno. Como forma de receber uma renda extra, e ela aceitou o trabalho.

Segundo a advogada Amanda Scalisse, Stefanie teve a prisão preventiva revogada e vai responder ao processo em liberdade. Conforme a defesa, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) apresentou pedido de denúncia contra ela.

A reportagem entrou em contato com o MP-MG para questionar se durante o processo foi investigado os indícios de legítima defesa apontado no depoimento de Stefanie e se o órgão chegou a apurar se a homem possuía antecedentes ou ocorrências relacionadas a crimes sexuais ou de natureza semelhante, mas não tivemos retorno até o fechamento da matéria.

A irmã de Stefanie, Brenda Marques, foi uma das responsáveis por criar a campanha “Juntos Pela Fanny” como forma de mobilizar e dar visibilidade ao caso. À Alma Preta Jornalismo ela conta que a jovem está assustada com o que aconteceu e agora está sendo cuidada pela família. “Ela está bem abalada ainda mas já está melhorando aos poucos, graças a Deus. Foi um trauma”.

Durante o processo, Stefanie foi acusada por homicídio qualificado e chegou a ser tratada como um risco à sociedade caso fosse solta. Para Brenda Marques, o que familiares e amigos esperam é justiça.

“Por ela ser uma pessoa periférica, lésbica, gorda, negra, com certeza foi racismo. O juiz simplesmente pegou, jogou ela na cela e colocou como homicídio qualificado. Na audiência de custódia ela não teve sequer um advogado para defendê-la. Só houve um advogado que o juiz chamou só para ficar presente, mas para defender não teve ninguém”, comenta.

Brenda também conta que com a repercussão da campanha percebeu a mobilização e relatos de pessoas que também foram ou são vítimas de abuso sexual.

“Um dos pontos também que ajudou [a campanha] foi a questão das pessoas que também foram abusadas mas não falam. Eu acredito que isso vai ajudar a abrir os olhos e a boca das pessoas, dar uma visibilidade sobre isso”, finaliza.

Nas redes sociais, a campanha #JuntosPelaFanny pede por mobilização para absolvição de Stefanie e doações para os custos com advogadas e necessidades básicas dela.

“Fanny saiu do cárcere com muitas necessidades básicas. Estava sem seus medicamentos de pressão e ansiedade, emagreceu 13 quilos, não se alimentava direito e precisava subir a imunidade e cuidar adequadamente do enxerto em seu joelho”, diz a última publicação da campanha.

Mais informações sobre a campanha #JuntosPelaFanny podem ser encontrados nas redes sociais.

Leia também: Novembro Negro: entenda por que as leis brasileiras têm como base o racismo

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