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Casos de racismo em competições como a Libertadores aumentam 50% em 2023

Observatório do Racismo registrou 18 casos somente neste ano; punição ainda é insuficiente para coibir novos casos

Texto: Redação | Foto: Alexandre Loureiro/AFP

Imagem mostra pupito em campo de futebol escrito "Basta de racismo".

Foto: Foto: Alexandre Loureiro/AFP

25 de agosto de 2023

Em 2023, as denúncias de racismo nas competições de futebol organizadas pela Conmebol, como as Libertadores e Sul-Americanas, ultrapassaram todas as registradas nas duas competições em 2022. De acordo com levantamento do Observatório do Racismo, 18 queixas de racismo ocorreram em partidas continentais até o momento, o que corresponde a um aumento de 50% em relação a 2022, ano em que foram contabilizadas 12 denúncias.

“Temos um crescimento de denúncias de racismo em competições sul-americanas principalmente ligadas a jogadores brasileiros. Isso se dá pelo debate que fazemos no Brasil. Se olharmos para o futebol brasileiro, as denúncias também aumentaram. Principalmente pela conscientização que temos aqui. Temos discutido muito o racismo na sociedade e essa conscientização se reflete no futebol. Temos jogadores e torcedores denunciando, todos mais atentos e entendendo que o racismo não é só insulto, xingamento. O torcedor brasileiro é mais atento”, afirmou Marcelo Carvalho, diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.

Um dos fatores que podem explicar o aumento dos casos é a falta de punição. De 51 denúncias feitas entre 2014 e 2022, somente 15 passaram por julgamento e os indivíduos foram punidos. Em 2023, dos 18 casos, apenas oito foram julgados e os envolvidos punidos.

Apesar de as punições ainda não serem suficientes, o psicólogo esportivo José Vítor Capello Rezende, analista de diversidade e inclusão na Condurú Consultoria, destacou que o aumento das discussões sobre o racismo na sociedade se refletem no futebol.

“Essa mudança de mentalidade acontecendo no ambiente do futebol, que é tão relevante na nossa cultura, pode abrir espaço para que o racismo diminua também em outros segmentos, deixando de ser algo tão ostensivo no dia-a-dia das pessoas. O futebol é um espelho da sociedade, ele não pode ser descolado dela, o que acontecer em um acontecerá no outro, o futebol terá menos racismo quando a sociedade assim o tiver”, analisou.

Desde o ano passado, a Conmebol também aumentou a multa aplicada para os casos de racismo nos torneios que envolvem os países da América do Sul, de cerca de R$ 148 mil para R$ 493 mil.

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