As dez cidades mais violentas da região amazônica sofrem com a presença dos mercados do garimpo, desmatamento, tráfico de drogas, entre outros. O estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, publicado pelo Instituto Mãe Crioula e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quinta-feira (30), mostra como os municípios da região amazônica estão com números acima da média nacional em casos de homicídio.
A cidade mais violenta da região é a de Floresta do Araguaia, localizada no Sul do Pará, com a taxa de 128,6 mortes para cada 100 mil habitantes. A média nacional no Brasil em 2022 foi de 23,3, enquanto a da Amazônia legal foi de 33,8, 45% superior aos dados nacionais.
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Em Floresta do Araguaia há uma combinação de fatores que explicam os altos índices de violência, como a disputa de fazendeiros e madeireiros por terras da região. Mapeamento do Ministério Público apontou para a existência de 13 conflitos fundiários na região.
O segundo município mais violento também fica no Pará, a cidade de Cumaru do Norte, com uma média de 128,5 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. A cidade lida com o garimpo, com operações de controle de órgãos públicos, como a Polícia Federal, que em junho de 2023 fechou seis garimpos ilegais na região.
Mato Grosso tem o terceiro município da lista, a cidade de Aripuanã, no norte do estado, com a estatística de 121,8 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O município convive com a exploração de madeira e a retirada de árvores de territórios indígenas. O garimpo ilegal é outro problema existente na região.
As outras cidades que compõem as 10 mais violentas da região também sofrem a influência do crime organizado, das disputas existentes entre Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). A presença das facções se faz na cidade de Nova Maringá (MT), a décima mais violenta, e Mocajuba (PA), a quinta da lista, e Cumaru do Norte (PA), a segunda.
O método utilizado pelos pesquisadores foi o de analisar os números de mortes para cada grupo de 100 mil habitantes entre os anos de 2020 e 2022. A metodologia foi utilizada para evitar um número desproporcional para uma cidade em um único ano devido a um evento pontual, caso de uma chacina.