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CNJ determina emissão de novas certidões de óbito para vítimas da ditadura 

O ato normativo determina que os assentos de óbitos das vítimas da ditadura incluam o contexto de perseguição política e a responsabilidade do Estado
16ª Sessão do Conselho Nacional de Justiça, que aprovou a retificação das certidões de óbito de mortos e desaparecidos da Ditadura.

16ª Sessão do Conselho Nacional de Justiça, que aprovou a retificação das certidões de óbito de mortos e desaparecidos da Ditadura.

— Reprodução/CNJ

11 de dezembro de 2024

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, na terça-feira (10), um ato normativo que permite retificar certidões de óbito de todas as vítimas da ditadura, mortas ou desaparecidas. 

A medida, relatada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, é uma continuidade à proposta do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDCH) e classifica o Estado brasileiro como responsável pelas mortes.

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Acatada de modo unânime pelos 15 integrantes do CNJ, a medida determina que os assentos de óbitos daqueles que tiveram sua situação reconhecida pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) deverão informar que a pessoa falecida sofreu perseguição durante o regime militar em vida. 

No espaço reservado a causa da morte, as certidões passarão a constar a informação “morte não natural, violenta, causada pelo Estado a desaparecido no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política no regime ditatorial instaurado em 1964”.

O texto aprovado determina que as retificações deverão ser baseadas nas informações sistematizadas na declaração da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).

Para Barroso, a iniciativa é simbólica e importante, além de servir para aliviar a dor dos familiares das vítimas e sobreviventes da perseguição política militar. Segundo o magistrado, a iniciativa se trata de um “acerto de contas legítimo com o passado”.

Durante o anúncio do ato normativo, realizado na 16ª sessão ordinária da instituição judiciária, a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, defendeu que a nova norma é importante para dar seguimento às investigações das violações cometidas no período.

“É pelo direito das famílias durante a ditadura militar que estamos dando um passo de cura, de reafirmar a democracia, de insistir que todos têm direito à verdade, e todas as instituições democráticas precisam ser defendidas”, ressalta Evaristo em nota da CNJ.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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