De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de janeiro até o último domingo (13), mais de 227 mil focos de incêndio foram registrados em todo o território brasileiro. Esse número representa um aumento de 73% em relação ao mesmo período de 2023.
O bioma mais afetado foi a Amazônia, com um acúmulo de 49,4% das ocorrências. O Cerrado, segundo ecossistema mais degradado pelo fogo, somou 32,1% dos registros. Mesmo com o menor percentual (6%), o Pantanal atingiu o maior índice de crescimento em relação ao último ano, com 1.240%.
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Entre os estados que compõem a área amazônica, o Pará e o Mato Grosso registraram, respectivamente, 466 e 189 focos de calor nas últimas 48 horas. Na região Matopiba (que reúne o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde prevalece o Cerrado, foram identificados 826 registros no mesmo intervalo.
O INPE ainda aponta que os baixos níveis de umidade no solo, ocasionados pela chuva abaixo da média histórica, podem intensificar o contexto das queimadas em grande parte do norte do Brasil até dezembro. A região somou o número de queimadas em 2024, com mais de 101 mil ocorrências.
Segundo o Programa Queimadas do instituto, o Brasil lidera a lista de países da América do Sul com maior número de focos de incêndio. A Bolívia está no segundo lugar da listagem, com 85.556 ocorrências e uma alta de 249% em relação ao ano anterior.
Apenas o Uruguai, o Chile e a Guiana Francesa apresentaram uma redução nos focos de calor. Considerando todo o continente sul-americano, os registros de incêndio aumentaram 77% em 2024, com mais de 439 mil casos.
Comitê Federal
No dia 9 de outubro, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) instaurou o Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que une órgãos federais, estaduais, municipais e representantes da sociedade civil em um grupo de trabalho de prevenção e combate aos incêndios no Brasil.
O grupo, de caráter consultivo e deliberativo, buscará propor ações, sistematizar e reportar informações sobre os registros de queimadas. O comitê também estabelecerá diretrizes para a captação de recursos, monitoramento e capacitação sobre o uso do fogo em atividades econômicas e culturais.