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Comunidade quilombola sofre com escassez de água e desmatamento em Alagoas

Segundo o MPF, 10% da população do Quilombo do Carrasco não possui água encanada em suas casas
Vista aérea de área afetada pelo desmatamento no Quilombo do Carrasco, em Arapiraca (AL).

Foto: Reprodução / MPF

3 de maio de 2024

Uma visita da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco, do Ministério Público Federal (MPF) ao Quilombo do Carrasco, em Arapiraca (AL), revelou que apenas 10% das pessoas possuem acesso à água encanada nas residências.

De acordo com as informações divulgadas nesta sexta-feira (3), são 315 famílias quilombolas que vivem diante de uma realidade de escassez, saneamento precário, desmatamento e exploração irregular de recursos naturais.

A comunidade tem os poços artesianos como principal fonte de abastecimento hídrico. No entanto, a água dos poços está comprometida por contaminação de nitrato, tornando-se imprópria para o consumo humano.

Segundo o MPF, grande parte das residências que sofrem com a falta de acesso à água já possui encanamento feito pela Companhia de Saneamento do Estado de Alagoas (CASAL), mas não tem abastecimento hídrico.

“Apesar da maioria das casas possuir encanamento e de a CASAL já ter realizado até solenidade de comemoração pelo abastecimento de água na comunidade, a água nunca chegou efetivamente aos moradores”, diz trecho da nota do Ministério Público Federal.

Para compensar a ausência de abastecimento, os moradores precisam desembolsar cerca de R$ 350  a cada dois ou três meses, para garantir água para o consumo.

A extração irregular de recursos naturais, como barro e piçarra, também é um grave problema em Carrasco. Para o procurador da República que compõe o núcleo de meio ambiente no estado, Érico Gomes, a situação da degradação ambiental é “alarmante”.

O Ministério alega que a falta de apoio institucional para a região é evidente. Na comunidade, há relatos de morosidade por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mesmo tendo sido solicitada a assistência para demarcação do território. “Essa alegada demora do órgão tem deixado a comunidade vulnerável às ações de desmatamentos de novos empreendimentos”.

A visita foi uma iniciativa interministerial realizada pela equipe de Comunidades Tradicionais coordenada pelo MPF, junto a Fundação Cultural Palmares (FCP), a Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), o Instituto do Meio Ambiente (IMA), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além dos Ministérios Públicos do Estado de Alagoas (MPAL) e de Minas Gerais (MPMG).

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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