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Conaq cria Comitê Quilombola para a Marcha das Mulheres Negras 2025

Comitê foi criado durante evento em Brasília que reuniu lideranças quilombolas e ministras para planejar ações que garantam direitos territoriais e combate à violência contra mulheres negras
Lançamento do Comitê Quilombola da Marcha das Mulheres, organizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).

Lançamento do Comitê Quilombola da Marcha das Mulheres, organizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).

— Clarice Castro/MDHC

28 de março de 2025

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) realizou na última terça-feira (25) o lançamento do Comitê Quilombola da Marcha das Mulheres Negras 2025. O evento ocorreu no Sítio Terra do Sol, em Brasília, e contou com a presença de ministras, lideranças quilombolas e representantes de organizações nacionais e internacionais.

O encontro reuniu cerca de 60 pessoas, incluindo a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo. Sandra Braga, coordenadora executiva da Conaq, destacou a importância da presença das autoridades para fortalecer as reivindicações do movimento.

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Durante o evento, temas como saúde, segurança e acesso a direitos foram debatidos. As ministras destacaram a importância da participação quilombola nas políticas públicas e reafirmaram o compromisso do governo com as demandas do movimento.

Reivindicações das mulheres quilombolas

No encontro, as lideranças apresentaram 16 demandas principais que justificam a participação das mulheres quilombolas na marcha. Elas reivindicaram políticas públicas que assegurem acesso à terra, fortalecendo o direito à posse e a titulação dos territórios quilombolas. A regularização fundiária é considerada essencial para a preservação das comunidades e para a segurança das famílias que nelas vivem.

Outro ponto destacado é a necessidade de políticas voltadas à saúde da mulher quilombola, com atenção específica às particularidades dessas comunidades. O acesso a serviços médicos de qualidade, incluindo exames preventivos e acompanhamento gestacional, é uma das principais preocupações.

As quilombolas também ressaltaram a importância da educação diferenciada, que respeite suas tradições culturais e valorize sua identidade. Defendem a ampliação do acesso à educação básica e superior, além de programas que incentivem a formação de professores para atuar nas comunidades.

Além disso, reivindicaram políticas de combate à violência de gênero, enfatizando a necessidade de medidas efetivas para proteger as mulheres quilombolas de diferentes formas de violência. Programas de empoderamento feminino e fortalecimento da autonomia econômica são apontados como fundamentais para a superação dessas vulnerabilidades.

Outro tema abordado é o acesso a oportunidades de trabalho e geração de renda. As mulheres quilombolas reivindicam apoio para desenvolver atividades produtivas sustentáveis, como a agricultura familiar e o artesanato, além da ampliação de linhas de crédito e incentivos para empreendimentos comunitários.

Por fim, destacaram a importância da representatividade política, pleiteando maior participação nos espaços de decisão. A presença das mulheres quilombolas nesses ambientes é considerada fundamental para a construção de políticas públicas que atendam às demandas específicas de suas comunidades.

Mobilização até novembro

O comitê recém-criado pela Conaq tem como objetivo organizar a mobilização e preparação das mulheres quilombolas para a Marcha das Mulheres Negras, que ocorrerá no dia 25 de novembro, em Brasília. A expectativa é reunir um milhão de mulheres negras e quilombolas de todo o país.

O evento também teve a participação de organizações parceiras, como o Instituto Socioambiental (ISA), Fundo Baobá, Oxfam Brasil e representantes de embaixadas europeias.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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