Uma pesquisa divulgada na revista periódica BMC Pediatrics indica que o desenvolvimento infantil pode ser afetado pela raça ou etnia das crianças.
O estudo, do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), sugere que a cor interfere na trajetória de ganho de peso e de crescimento infantil.
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O levantamento revelou que filhos de mães pretas, pardas e indígenas possuem maiores dificuldades para atingir a média de peso para a idade.
Características de magreza foram mais prevalentes entre crianças pardas e pretas, em 5,52% e 3,91%, e indígenas em 4,20%. Para os filhos de pessoas brancas, a porcentagem foi de 3,91%.
O estudo também avaliou os padrões de baixa estatura e baixo peso para a idade entre diferentes grupos etnorraciais. Os resultados demonstraram uma maior incidência em crianças indígenas, apresentando uma taxa de 26,71% para baixa estatura e 5,90% para baixo peso. Em comparação, crianças brancas pontuaram 8,61% e 2,48%.
Depois das crianças indígenas, as crianças pardas, com descendência asiática e pretas pontuaram os menores índices de crescimento e peso ideal.
Para a autora do artigo, Helena Benes, esses índices podem ser relacionados com “uma série de fatores decorrentes do impacto persistente do racismo estrutural em nossa sociedade”, comenta, em entrevista à FioCruz.
“O racismo pode influenciar desde o acesso desigual a oportunidades de trabalho e educação até o nível de estresse enfrentado em diferentes comunidades”, completa Helena.
A pesquisadora ainda acredita ser necessário criar medidas governamentais de combate ao racismo para enfrentar essa realidade.