Daniel Antônio Cinto, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo, foi demitido da corporação mais de seis anos depois de ser condenado por trabalho escravo. Ele foi condenado por ser um dos responsáveis por manter dez pessoas nesse regime em uma carvoaria em Pirajuí, interior de São Paulo, entre os anos de 2007 e 2008.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), utilizou do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar para demitir o então servidor público. De acordo com o artigo 23, a demissão será aplicada a um militar se ele for condenado “a pena restritiva de liberdade superior a 2 (dois) anos” e ou for “considerado moral ou profissionalmente inidôneo para a promoção ou revelar incompatibilidade para o exercício da função policial-militar”.
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O coronel da PM foi condenado em primeira instância em setembro de 2017 a cumprir cinco anos e dez meses em regime semiaberto. Daniel Antônio Cinto também teve a possibilidade de recorrer ao processo em liberdade. A prisão dele ocorreu em abril de 2021, um mandado de prisão foi cumprido e ele foi enviado para o Presídio Militar Romão Filho. Ele cumpre a medida em regime semiaberto.
De acordo com as denúncias publicadas pelo G1, as vítimas trabalhavam das 6h da manhã até o pôr-do-sol, sem pausa para o descanso, inclusive aos domingos e feriados. Os funcionários não recebiam pagamentos devidos ou mesmo taxas por horas extras.
O ex-coronel da PM e os demais participantes do negócio cobravam a alimentação e o uso dos equipamentos para o trabalho, como a motosserra. Os funcionários também não tinham local adequado para as necessidades fisiológicas e para banho.