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Desigualdade salarial persiste entre mulheres negras e brancas no Ceará, aponta relatório

Segundo o 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, a discrepância entre os salários é de 15%
A imagem mostra as mãos de uma mulher negra segurando uma carteira de trabalho. Um relatório divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da Mulher aponta desigualdade salarial entre as mulheres negras e as não negras no Ceará.

Foto: Reprodução

2 de abril de 2024

Um recente levantamento realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério das Mulheres revela que as disparidades de gênero e raça ainda são uma realidade marcante no mercado de trabalho cearense. Segundo o 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, as mulheres negras no Ceará enfrentam uma desigualdade salarial de 21,7% em comparação com as mulheres não negras.

Os dados revelam que enquanto a remuneração média das mulheres pardas ou pretas é de R$ 2.460,01, as mulheres brancas recebem em média R$ 3.143,57. Mesmo quando comparados os salários entre homens negros e mulheres negras, a desigualdade persiste, totalizando uma discrepância de 15%.

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Por outro lado, os homens negros enfrentam uma diferença ainda maior, com salários 27,7% menores do que as mulheres não negras. O estudo, que contou com a participação de 1.355 empresas cearenses e analisou 539,4 mil pessoas empregadas, enfatiza que esses números se referem apenas ao mercado formal.

Para Jacqueline Franco, cientista-chefe da Secretaria do Trabalho (SET) e professora da Universidade Federal do Ceará, os dados destacam a urgência de políticas públicas para promover a equiparação salarial. “Essa disparidade salarial reflete não apenas questões de gênero, mas também a histórica segregação racial no Brasil”, avalia Franco em entrevista ao veículo Diário do Nordeste.

Em Fortaleza, está sendo planejado um projeto-piloto nos bairros São João do Tauape e Lagamar, a partir deste mês, com o objetivo de identificar mulheres que atuam no trabalho de cuidado e que estão fora do mercado formal, visando trazer mais clareza sobre a desigualdade salarial de gênero.

Além da disparidade salarial, a pesquisa também revela que as mulheres enfrentam dificuldades para ascender a cargos de liderança, recebendo 29,4% a menos que os homens em cargos de dirigentes e gerentes no Ceará.


A pesquisa completa pode ser consultada no link. Os Ministérios do Trabalho e Emprego e o Ministério da Mulher também disponibilizaram uma síntese do Relatório de Transparência Salarial, neste link.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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