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Em 2024, maioria dos tiroteios no Rio e em Belém ocorreu em ações policiais

Relatório do Instituto Fogo Cruzado indica que, em Belém, a polícia foi responsável por 41% dos tiroteios de 2024; índice é superior ao do Rio de Janeiro e de Salvador
Operação policial na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2024.

Operação policial na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2024.

— Pablo Porciuncula/AFP

20 de fevereiro de 2025

De acordo com o relatório anual do Instituto Fogo Cruzado, divulgado na quarta-feira (19), a maior parte dos tiroteios registrados em Belém (PA) e no Rio de Janeiro (RJ) durante 2024 foi ocasionada por operações policiais.

O levantamento detalha os índices de violência armada nas capitais e regiões metropolitanas, incluindo Salvador (BA) e Recife (PE). Os 57 municípios das quatro regiões somaram 6.769 tiroteios no último ano, com um total de 5.936 pessoas baleadas e mais de 4 mil mortes.

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Cerca de 41% dos casos foram registrados em ações da polícia paraense. O número é 36% acima do percentual carioca e 38% superior aos números da polícia baiana, considerada uma das mais letais do país.

Esta é a maior porcentagem entre as regiões metropolitanas associadas pelo instituto. O perfil majoritário das vítimas em Belém e região metropolitana é de homens negros e adultos.

Apesar da redução geral nos conflitos armados em 2024, no Rio de Janeiro, as forças de segurança foram autoras de 1 mil tiroteios, representando 36% de todos os registros. O registro é o maior da série histórica, iniciada em 2018.

O estudo também destaca o aumento da vitimização infantil na região da Grande Rio, com cerca de 26 crianças mortas. O número também atingiu o maior índice investigado pelo Fogo Cruzado desde o início da série.

Na região de Salvador, a atuação policial aparece como a segunda maior motivação para os tiroteios, com 681 entre 1.795 registros (37%). No entanto, o percentual aumenta consideravelmente quando consideramos as chacinas.

Durante 2024, foram registradas 27 chacinas, sendo duas por mês. Destas, 16 (59%) foram ocasionadas por ações policiais, que vitimaram 55 pessoas.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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