Na noite desta quinta-feira (19), manifestantes projetaram uma mensagem de uma campanha contra a política de guerra as drogas, em Brasília. A mensagem, “A proibição mata, legalize a vida na guerra às drogas”, foi projetada sobre o letreiro da Biblioteca Nacional de Brasília, próximo à Esplanada dos Ministérios e ao Congresso Nacional.
A projeção faz alusão à campanha “Na Guerra às Drogas, você também é Vítima”, divulgando o site da plataforma, no qual é possível assinar um manifesto pelo fim da atual política brasileira de combate às drogas.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
“São muitas as mazelas que a guerra às drogas opera pelo campo da Justiça e Segurança Pública: chacinas, encarceramento em massa, homicídios sistemáticos, corrupção, criminalização das pessoas que usam drogas, sobretudo as negras e pobres, militarização de territórios e repressão desproporcional ao comércio e consumo de substâncias tornadas ilícitas. Nesta guerra todas e todos nós perdemos”, diz o manifesto no site.
A campanha é organizada pela Plataforma Brasileira de Políticas sobre Drogas (PBPD) junto à Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. Com foco na promoção dos direitos humanos e justiça racial, ambas as entidades atuam pela reforma da política de drogas no Brasil.
Reunião do Conad
As duas organizações foram eleitas em julho para o Conselho Nacional de Política sobre Drogas (Conad), que terá a primeira reunião da atual gestão na manhã da sexta-feira (20), com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na capital brasileira.
Ao lado de outras nove organizações, a atual composição do Conad tem mandato até 2025. A maioria dos atuais membros do órgão fazem parte do chamado campo antiproibicionista, que defende reformas na política de combate às drogas no Brasil.
Essa é a primeira vez que o órgão conta com participação popular. Diante disso, o Conselho Nacional de Direitos Humanos emitiu um ofício na noite desta quinta-feira (19) pedindo ao Ministério da Justiça “a imediata revogação de todas as Resoluções tomadas pelo CONAD que […] não contaram com a participação da sociedade civil“. O documento, ao qual a Alma Preta teve acesso, é assinado pelo presidente do órgão, André Carneiro Leão.