A escola privada Galois, do Distrito Federal, informou ter afastado alguns dos alunos envolvidos no episódio de racismo durante partida de futsal contra outra escola particular, ocorrido no início do mês (3). Em nota divulgada na última segunda-feira (29), a instituição diz ter identificado e notificado dez estudantes.
A instituição de ensino não informou quantas pessoas foram afastadas ao todo, pois, segundo a escola, trata-se de um “procedimento interno administrativo”. O comunicado enviado à Agência Brasil diz que todas as famílias dos jovens citados foram devidamente comunicadas e estão cientes das penalidades.
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Dos dez alunos notificados, cinco solicitaram o desligamento da escola voluntariamente. Para os demais, foram aplicadas sanções de acordo com a participação de cada aluno no caso.
Para a análise dos casos, a escola disse que foi instaurado um Conselho de Classe com a participação de um presidente, seis relatores, 35 professores e dois advogados da área da educação. Ainda segundo a nota, foram imputadas medidas pedagógicas, éticas e disciplinares aos alunos que foram identificados como participantes do ato racista.
A instituição de ensino informou ainda que as apurações serão encaminhadas para a Polícia Civil do Distrito Federal, Secretaria de Educação, ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e também para a escola que disputava a partida junto aos alunos do Galois.
Um Comitê de Diversidade e Inclusão, formado por alunos, professores, pais e membros da administração, foi uma das medidas adotadas pelo colégio. A escola também informou ter criado um canal exclusivo o para escuta de sugestões, além de aplicar atividades e provas com temática antirracista.
Relembre o caso
O episódio aconteceu no dia 3 de abril, durante uma partida de futsal entre os alunos do Galois e da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima. No jogo, os estudantes da Escola Franciscana foram alvos de ofensas racistas e preconceito social.
Os alunos d Galois proferiram ofensas como “macaco”, “filho de empregada” e “pobrinho” aos estudantes da Escola Franciscana.
O Ministério do Esporte se pronunciou sobre o caso em nota oficial, condenando os ataques racistas, classificados pela pasta como “profundamente perturbadores”.
No dia 16, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informou que os fatos serão investigados pelo Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED).