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Estudo aponta que maioria das operações policiais no Rio não têm resultado ‘eficiente’

Estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) aponta baixos índices de sucesso e criticidade em ações de segurança pública na região metropolitana
Registro da Operação Ordo, na comunidade da Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, em julho de 2024. Segundo estudo da Universidade Federal Fluminense, quase 99% das operações policiais no Rio não têm resultados.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

27 de outubro de 2024

Um levantamento conduzido pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), apontou que, nos últimos anos, apenas 1,4% das operações policiais na região metropolitana do Rio de Janeiro foram consideradas eficientes. Mesmo entre aquelas com resultados mais positivos, a taxa de eficiência não passou de 16%.

Os pesquisadores analisaram mais de 22 mil operações policiais com base em três critérios principais: presença de presos ou vítimas, apreensão de armas e drogas ou recuperação de bens, e a motivação da operação, incluindo mandados de busca, repressão ao tráfico, entre outros.

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As operações com melhores avaliações foram aquelas sem mortes ou feridos, que resultaram em prisões e apreensões, e tinham como foco mandados judiciais ou atendimentos urgentes à população. As notas atribuídas às operações variaram de -12 a +15, com operações eficazes recebendo entre 14 e 15 pontos e razoavelmente eficazes entre 11 e 13,5 pontos. 

Operações com 0,5 ponto ou menos foram consideradas “desastrosas”. Entre as operações analisadas, 8,9% foram classificadas como desastrosas, 30% ineficientes, e 45,3% pouco eficientes. Em 2021, a eficiência registrada foi de 1,7%, e 12,5% das operações foram consideradas desastrosas.

Em entrevista publicada pela Agência Brasil, o pesquisador Daniel Hirata afirmou que esses dados refletem uma “disfuncionalidade da segurança pública no Rio de Janeiro”, indicando que as operações policiais, apesar de necessárias, tornaram-se um método excessivo e insuficiente para atender às complexas demandas de segurança.

Na última quinta-feira (25), uma operação policial no complexo de favelas de Israel, na zona norte, foi suspensa após algumas horas devido ao tiroteio que deixou seis civis baleados, três deles mortos. A ação também causou interrupções nas redes de saúde, educação e no trânsito da Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade. Segundo a Polícia Militar, a operação resultou em uma prisão e na apreensão de duas granadas.

Em resposta, o governo do Rio de Janeiro decidiu intensificar o policiamento na Avenida Brasil e vias de acesso, com reforço de viaturas, motopatrulhas e helicópteros. A decisão foi tomada pelo governador Cláudio Castro (PL) após uma reunião com líderes da segurança pública.

Texto com informações da Agência Brasil.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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