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Estudo da Fiocruz identifica casos de violência sofrida por jovens brasileiros

Pretos e pardos têm mais que o dobro da taxa de mortalidade precoce em comparação com os brancos
Imagem mostra, em destaque, um jovem negro sem camisa batendo palmas. Ao fundo, outros jovens o observam.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

13 de dezembro de 2023

Os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos sofrem vários agravos à saúde por situações de violência, condições de trabalho e impactos na saúde mental. A conclusão é de um estudo recente da Fiocruz, divulgado nesta terça-feira (12). 

O relatório intitulado “Panorama da Situação de Saúde de Jovens Brasileiros de 2016 a 2022”, elaborado pela Agenda Jovem Fiocruz em colaboração com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), apresenta dados inéditos do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE) de 2019.

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Naquele ano, a taxa de violência para essa faixa etária (307,52 casos/100 mil pessoas) foi 2,07 vezes maior quando comparada à da população adulta. A situação é ainda mais grave para adolescentes entre 15 e 19 anos, com uma taxa de 397 casos para cada 100 mil habitantes.

Além das situações de violência, o panorama aborda as condições de trabalho e os impactos na saúde mental e mortalidade na juventude. Os dados mostram que a possibilidade de um homem jovem morrer (80,3%) é quatro vezes maior do que uma mulher (19,7%). Entre os homens jovens, a proporção de pretos e pardos que morrem precocemente (68%) é mais do que o dobro dos brancos (29%).

“Dentre as principais causas de óbitos destacam-se fortemente as causas externas, relacionadas a violências e acidentes de trânsito. É na juventude que se encontram as mais altas taxas de mortalidade por causas externas”, diz o relatório.

Segundo o levantamento, 30% dos acidentes de trabalho notificados em 2019 ocorreram entre jovens, principalmente homens. Além disso, a pesquisa destaca que os jovens, especialmente os do setor da saúde, majoritariamente mulheres, são os mais afetados por acidentes de trabalho envolvendo material biológico.

As mulheres jovens também aparecem como principais vítimas de violência (73%), especialmente na adolescência. O estudo mostra que adolescentes de 15 a 19 anos têm uma taxa de ocorrência de violências duas vezes maior do que os jovens entre 20 e 29 anos em todas as regiões do Brasil.

Outro dado importante diz respeito à saúde mental das pessoas entre 15 e 29 anos. Conforme o relatório, os transtornos mentais são a primeira causa de internação de homens nessa faixa etária, enquanto as mulheres com emprego estável e carteira assinada são as que mais notificam transtornos mentais relacionados ao trabalho, que resultam em afastamento temporário na metade das vezes.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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