Uma pesquisa que vem sendo realizada na Escola de Educação Física e Esportes (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP) revelou que há uma sub-representacão da população negra no futebol brasileiro, sobretudo entre técnicos.
A constatação do estudo, ministrado pelo mestre em gestão de políticas públicas e doutorando da EEFE Donald Verônico Alves da Silva, foi feita a partir de uma bancada de heteroidentificação que analisou mais de mil profissionais, entre treinadores, jogadores e auxiliares técnicos da Série A.
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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, 45,3% da população do Brasil se considera parda, 43,5% se considera branca e 10,2% se identifica como preta.
No entanto, a análise de Donald mostra que, em 2023, não havia nenhum treinador negro comandando um clube da série A do campeonato brasileiro de futebol, na qual 57% dos jogadores são pretos ou pardos. Em relação aos auxiliares, apenas 17% foram identificados como pretos ou pardos, mostrando uma sub-representação significativa.
O pesquisador montou uma banca de heteroidentificação composta por três comissões, cada uma composta por quatro juízes de diferentes áreas, sem comunicação entre si. As análises ocorreram entre outubro e novembro de 2023.