No último sábado (21), militares israelenses invadiram a sede da emissora de notícias Al Jazeera. Os soldados ainda emitiram uma ordem de encerramento das atividades do jornal na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, pelo período de 45 dias.
Em comunicado emitido no domingo (22), o exército de Israel declarou que o escritório foi fechado porque estaria sendo usado para “incitar o terror” e “apoiar atividades terroristas”, além de supostamente colocar em risco a segurança do território israelense.
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A ação foi transmitida ao vivo pelo canal, que teve todos os seus equipamentos confiscados e instalações lacradas. Com os rostos cobertos e fortemente armados, os agentes de segurança invadiram o prédio e ordenaram a saída imediata dos funcionários. De acordo com a AFP, as forças de segurança de Israel acusam a emissora de ligações com os grupos Hamas e Jihad Islâmica.
Em resposta, a Al-Jazeera condenou o bloqueio, ao qual se referiu como “criminoso”. Para a empresa de comunicação catariana, o ataque representa uma “afronta à liberdade de imprensa e aos próprios princípios do jornalismo”. As transmissões continuarão a partir de Amã, cidade vizinha na Jordânia.
Desde o início das investidas militares de Israel em território palestino após o início do conflito em outubro do último ano, a rede televisiva tem transmitido reportagens e denúncias sobre o conflito. Segundo informações da AFP, até o momento, quatro jornalistas do grupo já foram mortos em Gaza.
Ataque à liberdade de imprensa
É a segunda vez que o governo realiza uma ação do gênero com o veículo, considerado um dos canais com maior número de jornalistas alocados na Faixa de Gaza.
Em abril deste ano, o parlamento israelense aprovou um projeto que permite encerrar as atividades de veículos estrangeiros considerados como uma ameaça ao regime local.
Com base nesta legislação, em maio, o governo proibiu a Al-Jazeera de realizar transmissões nas cidades de Israel. A proibição teve um prazo inicial de 45 dias, mas seguiu para sua quarta prorrogação na última semana.