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Exército de Israel invade veículo de comunicação e determina bloqueio de 45 dias

Entre os motivos declarados, o exército alega que a atividade jornalística do Al-Jazeera coloca em risco o território de Israel
Imagem mostra momento em que soldados de Israel invadem a sede da Al-Jaazera, em Ramallah.

Imagem mostra momento em que soldados de Israel invadem a sede da Al-Jaazera, em Ramallah.

— AFP PHOTO / AL-JAZEERA

23 de setembro de 2024

No último sábado (21), militares israelenses invadiram a sede da emissora de notícias Al Jazeera. Os soldados ainda emitiram uma ordem de encerramento das atividades do jornal na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, pelo período de 45 dias.

Em comunicado emitido no domingo (22), o exército de Israel declarou que o escritório foi fechado porque estaria sendo usado para “incitar o terror” e “apoiar atividades terroristas”, além de supostamente colocar em risco a segurança do território israelense.

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A ação foi transmitida ao vivo pelo canal, que teve todos os seus equipamentos confiscados e instalações lacradas. Com os rostos cobertos e fortemente armados, os agentes de segurança invadiram o prédio e ordenaram a saída imediata dos funcionários. De acordo com a AFP, as forças de segurança de Israel acusam a emissora de ligações com os grupos Hamas e Jihad Islâmica.

Em resposta, a Al-Jazeera condenou o bloqueio, ao qual se referiu como “criminoso”. Para a empresa de comunicação catariana, o ataque representa uma “afronta à liberdade de imprensa e aos próprios princípios do jornalismo”. As transmissões continuarão a partir de Amã, cidade vizinha na Jordânia.

Desde o início das investidas militares de Israel em território palestino após o início do conflito em outubro do último ano, a rede televisiva tem transmitido reportagens e denúncias sobre o conflito. Segundo informações da AFP, até o momento, quatro jornalistas do grupo já foram mortos em Gaza.

Ataque à liberdade de imprensa

É a segunda vez que o governo realiza uma ação do gênero com o veículo, considerado um dos canais com maior número de jornalistas alocados na Faixa de Gaza. 

Em abril deste ano, o parlamento israelense aprovou um projeto que permite encerrar as atividades de veículos estrangeiros considerados como uma ameaça ao regime local. 

Com base nesta legislação, em maio, o governo proibiu a Al-Jazeera de realizar transmissões nas cidades de Israel. A proibição teve um prazo inicial de 45 dias, mas seguiu para sua quarta prorrogação na última semana.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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