A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou uma reunião na segunda-feira (5) para cobrar esclarecimentos sobre a ação policial que resultou na morte de Gabriel dos Santos Vieira, de 17 anos, morto a tiros no bairro do Engenho da Rainha, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Gabriel foi baleado nas costas enquanto estava na garupa de uma moto, a caminho do trabalho. A família contesta a versão da Polícia Militar, que alegou ter havido troca de tiros. Segundo relatos recebidos pela comissão, testemunhas afirmam que não houve confronto.
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Durante a reunião, familiares do jovem participaram e relataram suas indignações sobre a abordagem dos policiais. Eles também destacaram que os policiais envolvidos na ação utilizavam câmeras nos uniformes no momento do episódio.
A comissão informou que irá oficiar o batalhão da Polícia Militar responsável pela área, solicitando explicações formais sobre a ação e os questionamentos apresentados pela família. Além disso, a entidade acompanha o estado de saúde do mototaxista Vanderson Ferreira Nascimento Pinto, que conduzia a moto e também foi baleado na ação.
Familiares buscam respostas e acolhimento institucional
Durante o encontro, a comissão e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro ofereceram acolhimento psicossocial aos familiares, que também receberam orientações jurídicas. Foi definido que o caso será acompanhado pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) e que a Defensoria Pública assumirá a representação legal da família. Até o momento, os parentes não foram chamados para prestar depoimento na delegacia.

A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL-RJ), presidente da CDDHC, destacou que Gabriel sonhava em cursar faculdade de dança. Segundo a parlamentar, a atuação da comissão é uma forma de preservar a memória do jovem e buscar justiça.
“Estamos diante de mais um caso em que uma família inteira busca respostas e não encontra nem mesmo acolhimento institucional. Estaremos ao lado deles, cobrando transparência das autoridades e garantindo que essa dor não caia no esquecimento”, afirmou Dani Monteiro em comunicado à imprensa.