A Rocinha é a região que concentra o maior número de casas com risco de deslizamento na cidade do Rio de Janeiro. As informações são de um estudo realizado pela Ambiental Media em colaboração com a Universidade Federal Fluminense (UFF).
A pesquisa utilizou dados da localização de domicílios registrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e informações do mapa oficial de suscetibilidade a deslizamentos do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
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Em toda a capital fluminense existem pelo menos 70 mil domicílios em área de alta vulnerabilidade para deslizamentos, sendo 10 mil em vulnerabilidade muito alta.
Segundo a Ambiental Media, a maioria das casas em local de risco está localizada nas encostas dos três grandes maciços rochosos que compõem o município.
O levantamento destaca que aproximadamente 11 mil residências na Rocinha se encontram em áreas de risco, das quais 1,4 mil estão em vulnerabilidade muito alta. O número representa 45% dos domicílios da comunidade.
Em comparação, o bairro de Copacabana, na Zona Sul do Rio, que possui mais de 85 mil residências, apresentou apenas 5% das casas em risco. Os complexos de favelas Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Copacabana, somam 62% (3 mil) de moradias em alta vulnerabilidade a deslizamentos e inundações.
Na Mangueira, região central, a pesquisa registrou 1,6 mil residências em área de risco, cerca de 22,60% do total. O estudo ainda registrou 532 (32%) domicílios em alta vulnerabilidade no Morro dos Prazeres, no maciço da Tijuca. Em 2010, uma chuva forte causou um deslizamento que matou 34 pessoas.
Nas favelas de Acari, Pavuna e no bairro Irajá, são cerca de 31,3 mil (34%) residências em risco alto para inundação.
O estudo aponta que há cerca de 530 mil residências em locais de alta vulnerabilidade para inundações em toda a capital fluminense. Considerando toda a área da cidade, cerca de 24% está sob perigo elevado ou médio de desastres do gênero.
Durante o ano de 2024, mais de 12 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em decorrência de inundações causadas pelas fortes chuvas. Ao menos 20 mil moradias foram danificadas nesse mesmo período.