Uma pesquisa conduzida pela Fiocruz revelou níveis alarmantes de mercúrio no corpo de indígenas que habitam o interior do Pará. Os resultados constataram que os peixes estavam contaminados por mercúrio e, como consequência, o povo Munduruku também foi contaminado.
Para confirmar o estudo sobre a maior população indígena do estado, com mais de 9,2 mil pessoas, amostras de cabelo dos Munduruku foram analisadas pela instituição. Só em uma aldeia, oito pessoas apresentaram níveis alarmantes de mercúrio no corpo. Alguns o dobro, um deles o triplo do aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Segundo os especialistas, além do alto risco de adoecer, a contaminação pode impactar no desenvolvimento das crianças, uma vez que elas podem nascer com deformidades, má formação congênita, diferentes anomalias e apresentar paralisia cerebral.
Os pesquisadores da Fiocruz acompanham de perto 80 crianças Munduruku. Um grupo de neuropediatras da USP e de Harvard também analisamos casos.
O mercúrio é usado por garimpeiros na purificação do ouro. A terra indígena Munduruku, em Jacareacanga, no Pará, é a segunda com maior área de garimpo no país, segundo estudo da ONG MapBiomas.
Conforme informações do Ministério da Saúde, o Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Tapajós tem implementado ações de monitoramento para acompanhar pacientes que apresentam altos teores de contaminação por mercúrio.