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GCMs agridem artistas em batalha de rima em Guarulhos (SP)

Segundo informações, agentes da Guarda Civil jogaram spray de pimenta, atiraram para cima e enforcaram os jovens sem qualquer justificativa
Dois jovens foram detidos ao se defenderem das agressões.

Foto: Reprodução/Fábio Nunes Teixeira

28 de junho de 2024

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, agrediu e intimidou artistas durante a Batalha dos Estudantes, evento popular de rimas que ocorre periodicamente no bairro Cecap. Segundo informações da vereadora Fernanda Curti (PT), ao final da batalha, guardas chegaram à praça Mamonas Assassinas de maneira violenta “e completo despreparo”. 

“Muitos dos servidores sequer tinham identificação em seus uniformes. Não houve qualquer tentativa de diálogo, em menos de cinco minutos, eles retiraram metralhadoras, enforcaram um adolescente e MC negro, atiraram para o alto, jogaram bomba e spray de pimenta em centenas de adolescentes que ali estavam”, descreve a vereadora. 

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Além disso, dois jovens – identificados como Larissa e Gabriel – foram agredidos e detidos pela GCM enquanto tentavam se defender da violência. Os jovens foram levados ao 7º DP, sob a justificativa de aguardo de segunda ordem do delegado local. A vereadora Fernanda Curti, que acompanhou ambos, afirma que a expectativa é que sejam liberados em breve. 

“Não há absolutamente nada que justifique atirar e agredir adolescentes e mulheres. Essa história não ficará impune”, afirmou em sua rede social.

Em nota enviada à Alma Preta, a Prefeitura de Guarulhos diz que o evento ocorreu sem autorização e que a GCM recebeu reclamações de moradores da região devido ao “barulho excessivo” e “perturbação do sossego público”.

Segundo a gestão municipal, a abordagem dos guardas no local “foi orientativa para alertar quanto à necessidade de interromper o evento em virtude do horário e das reclamações das famílias”, mas os agentes teriam sido recebidos “com hostilidade e incitação à violência, alguns deles sendo atingidos por pedras e objetos arremessados por alguns participantes do evento, como é possível ver no vídeo”.

A prefeitura nega que os agentes tenham atirado para cima e afirma ainda que foram utilizadas “técnicas de controle de distúrbio civil devido ao tumulto”, e que a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), por meio da corregedoria, vai apurar se houve excesso por parte dos GCMs.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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