Na manhã desta terça-feira (13), a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), escoltada pela Polícia Militar, deu continuidade às demolições de moradias na Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo.
A ação contraria uma ordem do Governo Federal, uma vez que o terreno é de propriedade da União e houve registros de uso excessivo da força policial.
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Na noite de segunda-feira (12), agentes da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) realizaram uma ação truculenta no local. Testemunhas relatam que a população foi intimidada com uso de força, enquanto a CDHU deu início à remoção das casas. Anteriormente, o governo estadual propôs um auxílio aos moradores, que foi criticado pela comunidade e por parlamentares que consideram os valores insuficientes para as famiias.
A deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) criticou duramente a ação, destacando que os funcionários da CDHU continuam a destruir as moradias sem aviso prévio aos moradores.
“Ontem foi um show de horror, com os moradores perdendo suas coisas porque não tinham sido avisados com antecedência. A sanha de Tarcísio em fazer limpeza social para favorecer a especulação imobiliária passou de todos os limites. A PM, mais uma vez, está usando de violência para intimidar os moradores”, afirmou a parlamentar em comunicado à imprensa.
Protestos continuam em resposta à remoção
Em resposta à continuidade da remoção, moradores realizaram protestos na segunda-feira (12), contra a demolição. Os manifestantes montaram barricadas na entrada da comunidade e atearam fogo, bloqueando os trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que cruzam o território da favela.
O protesto é uma reação ao descumprimento do acordo estabelecido com a CDHU, que havia prometido não demolir as casas até que todas as famílias fossem realocadas, evitando o acúmulo de entulho enquanto ainda há moradores no local.
Ediane também ressaltou que está acompanhando o caso para impedir as demolições e forçar o governo estadual a cumprir a decisão da União, que orienta a remoção das famílias à garantia de moradia digna e imediata. Até o momento, o governo do estado não informou para onde as famílias despejadas serão realocadas.