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Indígenas denunciam leilão de território ocupado por Pataxós na Bahia

Segundo a denúncia, a área disponibilizada para leilão pela Justiça Federal é ocupada pelos Pataxós há séculos
Indígenas protestam contra leilão de território ocupado pela Comunidade Lagoa Doce, na Bahia.

Indígenas protestam contra leilão de território ocupado pela Comunidade Lagoa Doce, na Bahia.

— Reprodução / APIB

2 de abril de 2024

A Articulação Brasileira dos Povos Indígenas (ABIP) e a Associação de Jovens Indígenas Pataxó (AJIP) denunciaram, na segunda-feira (1º), um leilão de terras ocupadas pelo povo Pataxó em Eunápolis, no extremo sul da Bahia.

A denúncia feita em publicação nas redes sociais acusa a Justiça Federal da Bahia de ter autorizado o leilão do território para a amortização de dívidas ambientais da pessoa que está em posse do terreno.

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Ainda de acordo com a publicação, o posseiro em questão seria um grileiro do município de Porto Seguro (BA), que teria fraudado a matrícula do terreno.

No entanto, as associações alertam que a posse do território de 170 hectares foi adquirida de modo irregular, e quem de fato ocupa a área é a Comunidade Lagoa Doce, sendo a presença indígena “secular e ininterrupta” no local.

“Mais de 35 famílias estão sob risco de serem expulsos indevidamente, o caso tem sido conhecido como uma das maiores fraudes imobiliárias da região”, diz trecho da publicação.

Os Pataxós protestaram contra a medida em frente a Subseção Judiciária da Justiça Federal de Eunápolis, onde classificaram o caso como “a maior fraude imobiliária de Trancoso”.

O vice-coordenador da AJIP, Emerson Pataxó, também se manifestou nas redes sociais explicando a problemática. Segundo ele, lideranças dos Pataxós acusam a Justiça Federal de não ter realizado a vistoria da área, ignorando a presença dos indígenas no território.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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